O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol sobreviveu a um pedido de impeachment no parlamento liderado pela oposição neste sábado (7), após a maioria dos parlamentares de seu partido boicotar a votação.
No início da votação, vários deputados aliados a Yoon Suk Yeol deixaram o plenário em protesto, a pedido do partido do presidente.
Enquanto os legisladores debatiam a moção, apresentada pelo principal partido de oposição, o Partido Democrata, apenas um membro do Partido do Poder Popular (PPP) de Yoon permaneceu em seu assento, enquanto outros dois retornaram durante a votação.
Segundo a oposição, ocorreu um boicote, já que o presidente só poderia ser retirado do cargo caso 2/3 do parlamento votasse a favor do impeachment — são 200 de seus 300 membros. Os partidos de oposição que apresentaram a moção de impeachment têm 192 assentos. Eles precisariam de pelo menos oito votos adicionais do Partido do Poder Popular.
A derrota da moção deve intensificar os protestos públicos pedindo a saída de Yoon. Uma pesquisa mostrou que a maioria dos sul-coreanos apoia o impeachment do presidente.
Pedido de desculpas
Yoon Suk Yeol foi acusado de violar seu dever constitucional e cometer um crime semelhante à traição ao declarar lei marcial na última terça-feira (3). Mais cedo, ele pediu desculpas e disse que decretou a lei marcial por desespero.
O discurso foi a primeira aparição pública do líder embaraçado desde que ele revogou a ordem de lei marcial na manhã de quarta-feira, apenas seis horas depois de ela ter sido declarada, e após o parlamento desafiar os cordões militares e policiais para votar contra o decreto.
"Estou muito arrependido e gostaria de pedir sinceras desculpas ao povo que ficou chocado", disse Yoon. Entretanto, o presidente não apresentou sua renúncia. "Deixarei nas mãos do meu partido estabilizar a situação política no futuro, incluído o meu mandato", acrescentou.
Decreto da lei marcial
Na terça-feira (3), Yoon acionou um dispositivo constitucional para implementar a medida, substituindo a legislação normal por leis militares, fechando a Assembleia Nacional e colocando setores como a imprensa sob controle do governo.
A lei marcial foi decretada em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas entre o governo e os deputados. A medida pegou a Coreia do Sul de surpresa e expôs a crise política do país, que vem se agravando nos últimos meses.
Yoon defendeu o decreto como uma maneira de proteger a Coreia do Sul de aliados da Coreia do Norte que estariam infiltrados no país. A lei, no entanto, sofreu uma série de reações negativas e levou milhares de sul-coreanos às ruas.
Crise política
Em abril deste ano, o Partido Democrata — de oposição ao governo de Yoon — venceu com ampla vantagem as eleições parlamentares. Com isso, a legenda ampliou o controle da Assembleia Nacional, conquistando mais de 170 das 300 cadeiras da Casa.
À época, Yoon fez um pronunciamento prometendo mudanças no governo e políticas para estabilizar a economia na Coreia do Sul.
Enquanto isso, a oposição aprovou moções para investigar a primeira-dama. Todos os projetos acabaram sendo vetados pelo presidente.
No fim de novembro, o Partido Democrata rejeitou o orçamento do governo e avançou com um plano de revisão de gastos, cortando o equivalente a mais de R$ 17 bilhões. A medida irritou o gabinete presidencial, sendo que a porta-voz do governo chamou a ação de "tirania parlamentar".
Ao anunciar a lei marcial, Yoon descreveu a oposição como "forças pró-Coreia do Norte, sem vergonha, que estão saqueando a liberdade e a felicidade" dos sul-coreanos.
g1
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A Fifa divulgou neste sábado os estádios e os horários dos jogos da fase de grupos do Mundial de Clubes de 2025. A primeira edição da nova competição será disputada nos Estados Unidos entre 15 de junho e 13 de julho do ano que vem.
O Palmeiras é o primeiro clube brasileiro a estrear na competição, diante do Porto, no dia 15 de junho, às 19h, no MetLife Stadium, em Nova York. O Botafogo terá seu primeiro compromisso às 23h do dia 16, contra o Seattle Sounders, no Estádio Lumen Field, em Seattle.
O Flamengo também estreia no dia 16, às 22h, contra o Esperánce de Tunis, no Estádio Lincoln Financial Field, na Filadélfia. E, por fim, o Fluminense faz seu primeiro jogo diante do Borussia Dortmund, no dia 17 de junho, no MetLife Stadium, em Nova York, às 13h.
Confira abaixo os detalhes da agenda de cada um dos clubes. Todos os jogos estão no horário de Brasília.
Confira a agenda de cada clube brasileiro:
Botafogo
Flamengo
Fluminense
Palmeiras
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, nesta sexta-feira (6), que integrantes e lideranças do PT atuem de forma mais estratégica e organizada nas redes sociais, e admitiu ter "culpa" pelas dificuldades da esquerda em dialogar com o eleitorado.
"O PT tem culpa, o meu governo tem culpa, porque a gente não pode permitir, em nenhum momento, que alguém que pense como pensa a extrema-direita no nosso país tenha mais espaço nas redes sociais do que nós, tenha mais informações na internet do que nós e consiga projetar as suas maldades menos do que a gente consegue projetar as bondades que nós fazemos", afirmou.
O presidente discursou por videoconferência durante o segundo dia do Seminário Nacional do PT, em Brasília. Lula não participou do evento presencialmente porque está em São Paulo, após viagem para Montevidéu, no Uruguai, onde participou da Cúpula do Mercosul.
A esquerda tem sido cobrada para demonstrar uma presença digital melhor, diante do desempenho que partidos e políticos de direita têm apresentado nos últimos anos, e Lula chamou a atenção para o tema.
"Não temos uma digitalização, eu diria do PT, que pense como cabeça, tronco e membros, falando a mesma linguagem durante todo o dia. É uma coisa que vamos ter que levar em conta para resolver nesses dois anos que faltam para terminar o meu governo".
Apesar das cobranças direcionadas para o contexto digital, o petista também admitiu que há uma falha de comunicação no governo como um todo.
Para Lula, o governo e o PT não estão organizados para utilizar a internet a fim de divulgar as ações realizadas nos últimos dois anos. O presidente afirmou que precisa conceder mais entrevistas, já que os adversários não falarão bem da sua gestão.
"Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame de que a gente não está se comunicando bem", frisou.
Segundo o presidente, a questão será tratada com seriedade no início do próximo ano.
"Alguma coisa precisa ser mudada para que as pessoas tenham acesso aquilo que nós estamos fazendo. Nós não estamos conseguindo colocar as coisas que nós estamos fazendo. E essa é uma das minhas preocupações que quero começar a resolver no começo de ano e quero resolver junto com o partido".
Durante a fala, o presidente não citou no discurso o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, responsável pela área criticada pelo presidente.
Trabalhadores e Congresso
Lula afirmou que o "mundo no qual o PT foi criado não existe mais", já que a classe trabalhadora dos anos 1980 é diferente da atual. Segundo o presidente, o partido e o governo demonstram "fragilidade" na organização e na mobilização da sociedade.
"Hoje, os sindicatos estão enfraquecidos, mas a classe trabalhadora continua existindo. Ela pode não ser metalúrgica, mas ela está fazendo alguma atividade em algum bairro, em alguma função. Ela existe, não morreu. Nós precisamos é descobrir o jeito de falar com essa gente outra vez", declarou.
Para o titular do Planalto, há "um problema sério" de formação política dos quadros do PT. O presidente defendeu que a militância não seja puxada pelos políticos com mandato.
Lula também citou o fato de não ter maioria na Câmara e no Senado e afirmou ter sido eleito em um momento no qual os parlamentares sequestraram o orçamento.
"Eu fui eleito presidente num momento em que o poder executivo e o orçamento foram sequestrados pelo congresso nacional, as agendas foram sequestradas pelo Congresso Nacional. É tudo mais difícil", disse.
Pacote de gastos e mercado
Lula voltou a dizer que está "muito otimista" com os rumos do país, o que inclui o pacote de corte de gastos anunciado recentemente. As medidas desagradaram o mercado financeiro e são apontadas entre os motivos para que a cotação do dólar esteja acima de R$ 6.
"Eu estou muito otimista com o que vai acontecer neste país. E quero dizer para vocês que eu fiquei mais otimista com o lançamento do programa que nós anunciamos agora, desde a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 [mil reais] até a tentativa de moralizar os benefícios públicos, porque nem tudo é correto, mas sobretudo a gente cobrar renda das pessoas mais ricas", disse.
O presidente também disse não ter ficado "nervoso" com o resultado de uma pesquisa Quaest que apontou reprovação de 90% do governo na opinião de agentes do mercado financeiro.
"Esses banqueiros disseram que 90% são contra mim. Eles pensaram que eu fiquei nervoso. Não. Eu não fiquei nervoso, eu fiquei feliz porque eu ganhei 10%. Antes eram 100% contra mim", disse.
Segundo Lula, é importante diferenciar o lado político desses agentes e reafirmar que o governo deseja melhorar as condições de vida das pessoas mais pobres.
"A gente continua vendo as pessoas viverem mais, a gente continua vendo as pessoas sofrerem mais, a gente continua vendo os pobres morrerem mais, os pobres serem mais analfabetos. E nós nascemos para mudar isso", afirmou.
g1
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O governador João Azevêdo abriu oficialmente, no início da noite desta sexta-feira (6), em João Pessoa, a Feira Paraibana da Agricultura Familiar (Fepaf), que será realizada até este domingo (8) na Praça do Povo do Espaço Cultural José Lins do Rêgo. A Fepaf é uma realização do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido (Seafds), em parceria com o Consórcio Nordeste e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), reunindo mais de 200 empreendimentos da agricultura familiar, com 340 expositores e um público visitante estimado em 30 mil pessoas. Na ocasião, o gestor paraibano assinou o Plano Garantia Safra 2024 que vai beneficiar 180 municípios e prevê renda mínima aos agricultores familiares que sofreram perda da safra devido àestiagem.
Durante o evento, também serão realizados cursos, palestras e oficinas sobre temáticas importantes, como o acesso à terra, produção de alimentos saudáveis, agroecologia e acesso ao crédito, fazendo da feira um espaço estratégico no fortalecimento da identidade cultural do povo paraibano.
Na solenidade de abertura da Fepaf, o chefe do Executivo estadual ressaltou os investimentos feitos na agricultura familiar. "São mais de 130 mil famílias na Paraíba que vivem da agricultura familiar. Na história deste Estado, nunca se investiu tanto na agricultura familiar como hoje se investe, com tantos recursos disponíveis. Com o Cooperar e o Procase, estamos investindo nesse segmento mais de R$ 1,2 bilhão, porque acreditamos na agricultura familiar", afirmou.
"Quando eu chego em cada distrito, em cada área de produção, em cada arranjo produtivo, fico convencido de que fazer investimentos na agricultura familiar é fundamental, é necessário, é redentor para quem trabalha na agricultura familiar e extremamente importante para a economia do Estado", acrescentou João Azevêdo, evidenciando o poder de consumo das famílias rurais, resultado das políticas públicas em prol do segmento.
O secretário de Estado da Seafds, Frei Anastácio, ressaltou que a realização da Fepaf é a oportunidade de a população paraibana conhecer a importância da agricultura familiar. "Esse evento é uma vitrine de como a agricultura familiar vem sendo tratada, levada a sério pela gestão do governador João Azevêdo. Mas também é uma grande oportunidade de a população da Paraíba conhecer a importância da agricultura familiar agroecológica — aqui não entra veneno", disse, lembrando que a feira integra o Circuito Nordestino de Feiras da Agricultura Familiar.
O secretário-executivo da Seafds, Bivar Duda, também destacou a importância da Fepaf no fortalecimento da agricultura familiar. "Aqui estão os produtos da agricultura familiar, nessa feira criada pela Paraíba, pensada pelo nosso Governo. Nós estamos vivendo o melhor momento da agricultura familiar, porque em cada município tem uma política voltada para esse segmento", comentou.
A superintendente do Desenvolvimento Agrário na Paraíba, Jeane Martins, representante o ministro do MDA, Paulo Teixeira, destacou: "Para nós, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, é uma satisfação estar aqui, nessa feira paraibana, muito exitosa, que visa agregar todos os agricultores neste mesmo ambiente, neste ambiente de feira, de solidariedade. A agricultura familiar vem sendo muito bem assistida — e neste momento eu falo enquanto Superintendência Federal, que é o braço do MDA aqui no Estado", disse, destacando parcerias com o Governo da Paraíba, como o Plano Garantia Safra.
Márcia Dornelles, da Rede Nacional de Colegiados Territoriais, agradeceu ao governador João Azevêdo os investimentos do Governo na agricultura familiar. "Nós, dos Territórios Rurais aqui da Paraíba, queremos fazer um agradecimento ao senhor, governador João Azevêdo, por ter olhado para os territórios rurais em um momento no qual as políticas públicas para a agricultura familiar deixaram de existir. Tanto é que, neste primeiro momento, conseguimos revalidar 15 territórios rurais existentes na Paraíba. Tudo isso graças a um Governo que olha e centraliza nas suas ações as pessoas", externou.
A agricultora familiar Geralda Oliveira, do assentamento Acauã, em Aparecida, Sertão paraibano, elogiou a estrutura da feira e destacou a importância do evento na divulgação e na comercialização do que produz. "Estamos achando a feira maravilhosa. Lá, no Assentamento Acauã, são 13 famílias que vivem da agricultura familiar: a gente produz doce, biscoitos, cocada e frutas, como limão e seriguela, que já acabou", comentou.
A solenidade de abertura da Fepaf foi prestigiada por Lucas Ribeiro, vice-governador; Pollyana Dutra, secretária de Estado do Desenvolvimento Humano; Cristina Almeida, secretária-executiva da Mulher e Diversidade Humana; e Fabrício Feitosa, secretário-executivo do Empreender-PB, entre outros auxiliares da gestão estadual. O deputado estadual João Gonçalves, que na ocasião representou a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), e os prefeitos Zezé Alexandre, que representou os demais prefeitos na assinatura do Termo de Adesão ao Garantia Safra, e Robério Burity, do município de Ingá, também prestigiaram a solenidade.
Programação — A programação da Fepaf prossegue neste sábado (7). Das 9h às 12h, será realizada a Reunião do Fórum de Participação Social
Local: Sala Terra Viva
Também nesse período das 9h às 12h, será realizado o 3° Encontro Estadual dos Territórios Rurais
Local: Sala dos Saberes
9h às 11h:
Reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável
Local: Sala Raízes
11h às 12h:
Reunião do GT de Equidade de Gênero, Gerações, Raça, Etnia e Povos Tradicionais do CEDRS
Local: Sala Raízes
Dia 8 (Domingo)
9h às 16h:
Exposição e comercialização de produtos
Local: Praça do Povo
Governo da Paraíba
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a inclusão de trechos ambientais e socioeconômicos no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, para viabilizar a conclusão do tratado, anunciada nessa sexta (6). Desde que voltou à presidência, em janeiro de 2023, o petista retomou as discussões sobre a parceria, travadas desde 2019. Os diálogos patrocinados por Lula desde o ano passado são chamados de “Pacote de Brasília”, que tem 10 pontos principais, entre participação social, sustentabilidade e compras governamentais (leia mais abaixo).
Segundo o governo brasileiro, as conversas sobre o acordo foram aprimoradas para incluir interesses do Brasil. “A etapa negociadora iniciada em 2023 ocorreu em contexto político e econômico distinto, marcado pela experiência da pandemia, pelo agravamento da crise climática e pelo acirramento de tensões geopolíticas, elementos que ofereceram um novo pano de fundo para as negociações. Além disso, o governo do presidente Lula entendeu necessário fazer ajustes específicos aos termos negociados em 2019, a fim de tornar o acordo mais favorável aos interesses brasileiros”, destacou, em nota.
As discussões iniciadas em 2023 tinham como finalidade construir textos para temas cuja incorporação ao acordo foram acordadas pelos dois lados. Esses novos pontos destacam, sobretudo, as áreas de comércio e desenvolvimento sustentável e mecanismo de reequilíbrio de concessões, cooperação e revisão do texto. Desde o ano passado, as conversas também focaram a adaptação de termos para aprimorar o acordo ao cenário político e econômico mais recente, especificamente no que diz respeito a compras governamentais, comércio de veículos, exportação de minerais críticos e direitos autorais.
Temas ainda em aberto desde 2019 também foram debatidos pelo Mercosul e União Europeia nos diálogos retomados em 2023. Entre os assuntos pendentes, estavam indicações geográficas e regras sobre a implementação do acordo. Veja abaixo os 10 pontos do “Pacote de Brasília”.
1. Novo anexo ao capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável, reforçando o compromisso dos dois lados com a agenda ambiental, social e econômica. Série de compromissos de proteção ao meio-ambiente e de promoção do trabalho decente. Há previsão de cooperação na implementação de relevantes acordos multilaterais, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), o Acordo de Paris, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) e Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Mercosul e UE acordaram também adotar ações para a promoção de produtos sustentáveis no comércio birregional, promovendo oportunidades para pequenos produtores, cooperativas, povos indígenas e comunidades locais. O novo Anexo também conta com seção dedicada à promoção de cadeias de valor sustentáveis para a transição energética. Ademais, pela primeira vez, um acordo comercial do Mercosul contará com dispositivos sobre comércio e empoderamento feminino, com vistas a favorecer a cooperação e troca de melhores práticas em políticas que promovam a participação das mulheres no comércio internacional.
2. Compromisso com abordagem cooperativa a respeito de medidas sustentáveis domésticas que impactam o comércio. No novo anexo de comércio e desenvolvimento sustentável, a UE se comprometeu a utilizar os dados de autoridades do Mercosul na avaliação da compatibilidade das importações provenientes do bloco sul-americano com requisitos de conformidade estabelecidos por legislações do grupo europeu. Esse compromisso é um reconhecimento da qualidade dos dados produzidos por instituições dos países do Mercosul para a implementação de legislações europeias. As partes também reconheceram que as medidas ambientais que impactam o comércio devem ser consistentes com os Acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC), não devem constituir restrição disfarçada ao comércio e devem ser baseadas em informações técnicas e científicas. As partes acordaram que o novo anexo negociado não implica endosso das exigências ambientais adotadas por um lado e outro, reservando-se, nesse contexto, seus direitos no âmbito da OMC.
3. Compras governamentais como instrumento de política industrial e desenvolvimento econômico. O Brasil propôs ajustes nos termos que haviam sido tratados no passado, para preservar o uso do poder de compra do Estado como ferramenta da nova política industrial brasileira. Dentre os ajustes promovidos, merece destaque a completa exclusão das compras realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde); a preservação da possibilidade de encomendas tecnológicas, importante política de fomento à inovação; a eliminação de restrições temporais ao uso de offsets tecnológicos e comerciais; a manutenção de espaço para políticas de incentivo a micro e pequenas empresas e agricultura familiar; e a preservação de margens de preferências para produtos e serviços nacionais.
4. Setor automotivo com eliminação tarifária em período mais longo. Com novas rotas tecnológicas para viabilizar a transição energética, o setor automotivo passa por transformação importante mundo afora. Nesse cenário, e diante da importância do setor para o Brasil, o Mercosul negociou condições mais flexíveis para a redução tarifária para veículos eletrificados e para veículos de novas tecnologias, mesmo as ainda não disponíveis comercialmente. Nesta etapa negociadora, o bloco sul-americano destacou certos veículos do cronograma aplicável a veículos a combustão, anteriormente definido com eliminação de tarifas em 15 anos. Para veículos eletrificados, a desgravação passará a se dar em 18 anos. Para veículos a hidrogênio o período será de 25 anos, com seis anos de carência. Para novas tecnologias, 30 anos, com seis anos de carência. Até esta etapa negociadora, nenhum cronograma de desgravação era superior a 15 anos.
5. Criação de uma salvaguarda de investimentos para o setor automotivo. Foi estabelecido um mecanismo inédito de salvaguardas para preservar e ampliar investimentos automotivos. Caso haja aumento de importações europeias com dano à indústria nacional, o Brasil pode suspender o cronograma de desgravação de todo o setor ou retomar a alíquota aplicável às demais origens (hoje, de 35%) por um período de três anos, renovável por mais dois anos, sem necessidade de oferecer compensação à União Europeia. A avaliação levará em conta parâmetros como o nível de emprego, volumes de venda e produção, capacidade instalada e grau de ocupação da capacidade do setor automotivo. Esta salvaguarda de investimentos automotivos é mais facilmente acionável do que a salvaguarda geral prevista no acordo.
6. Adoção de flexibilidade para políticas públicas sobre minerais críticos. A partir da renegociação de 2023-2024, o Brasil garante o direito de aplicar restrição às exportações de minerais críticos se julgar apropriado, por exemplo, para estimular a agregação de valor no país. Caso o Brasil venha a adotar imposto de exportação a esses produtos (o que não é o caso hoje), a alíquota aplicável à UE deverá ser mais baixa do que a incidente sobre outros destinos, sem ultrapassar 25%. O pré-acordo adotado em 2019 proibia qualquer incidência de direito às exportações no comércio entre Brasil e União Europeia.
7. Criação de um mecanismo de reequilíbrio do acordo para evitar que medidas unilaterais comprometam concessões comerciais negociadas. De forma inédita, foi agora estabelecido um mecanismo para evitar que medidas unilaterais das partes prejudiquem o equilíbrio estabelecido no acordo, uma vez que tais medidas têm o potencial de comprometer concessões comerciais negociadas e desequilibrar o resultado acordado. Após o “acordo político” de 2019, a União Europeia adotou legislações que, a depender da forma de implementação, podem romper o equilíbrio refletido no entendimento de 2019 naqueles temas que não foram renegociados na etapa iniciada em 2023. É o caso, por exemplo, das cotas oferecidas pela UE para a exportação de carnes do Mercosul, que não foram reabertas na etapa de 2023.
8. Sociedade civil, sindicatos e organizações empresariais com direito a participação na revisão do acordo. Com base no pacote negociado em 2023-2024, o processo de revisão da implementação do acordo passa a ser mais inclusivo. A revisão, que tem como objetivo avaliar os impactos do texto no emprego, investimento e comércio entre as partes, deverá considerar opiniões e recomendações de atores da sociedade civil, como ONGs, organizações empresariais e de empregadores, movimentos sociais e sindicatos. O exercício periódico de revisão dos impactos do acordo poderá levar os governos das partes a negociar emendas ao texto.
9. Recursos de cooperação para apoiar países do Mercosul a se beneficiarem do acordo. Juntamente com a conclusão do acordo, a UE oferecerá pacote para apoiar países do Mercosul na implementação do acordo, em particular nos aspectos comerciais, tendo em conta a importância, em particular, de apoiar setores mais vulneráveis. Esse compromisso está associado à conclusão de um Protocolo de Cooperação, sob o qual Mercosul e União Europeia colaborarão para definir as prioridades dos programas a serem apoiados.
10. Conclusão de temas pendentes das negociações de 2019. A etapa negociadora de 2023-2024 também viabilizou a conclusão de temas que ainda estavam em aberto em 2019, como indicações geográficas — por exemplo, para vinhos. Nessa etapa, foram negociadas disciplinas que delimitam os direitos de detentores de indicações geográficas, dentre outras aquelas que salvaguardam, nos países do Mercosul, os usuários prévios de nomes geográficos europeus que serão protegidos pelo acordo.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6) estar otimista com as medidas de corte de gastos públicos apresentadas pelo governo na semana passada. O pacote — que, por enquanto tem três propostas, com expectativa de envio de mais uma (leia mais abaixo) — foi encaminhado ao Legislativo e aguarda análise dos parlamentares, que entram de recesso em duas semanas. Quando anunciou as medidas, a gestão de Lula informou que quem recebe até R$ 5 mil por mês será isento do Imposto de Renda. Em compensação, aqueles que recebem acima de R$ 50 mil serão taxados. O governo federal vai enviar essas mudanças no Imposto de renda ao Legislativo no próximo ano.
“Fiquei mais otimista com o lançamento do programa que anunciamos agora. Desde a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil até a tentativa de moralizar os benefícios públicos, porque nem tudo é correto. Mas, sobretudo, da gente cobrar renda das pessoas mais ricas”, afirmou, em discurso no seminário do PT, em Brasília. Lula, que está em São Paulo, participou do evento por videoconferência.
As propostas do governo, no entanto, enfrentam resistência no Congresso. Em reação ao pacote, a oposição ao petista apresentou um texto alternativo ao corte de gastos. Nessa quarta (4), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Executivo não tem votos suficientes para aprovar as medidas. Apesar da falta de apoio, o governo conseguiu colocar dois dos três projetos em regime de urgência, quando a tramitação é acelerada, sem análise das sessões temáticas.
O quarto texto do Executivo vai ajustar a aposentadoria de militares. Com a aprovação das medidas, o governo pretende economizar R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030, com R$ 70 bilhões concentrados nos dois primeiros anos.
Projetos de corte de gastos já apresentados pelo governo
Projeto de lei que limita as despesas ligadas ao salário mínimo (entre elas benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abono salarial) aos limites do novo arcabouço fiscal. Segundo o texto, o salário mínimo continuaria com ganho acima da inflação, mas limitado a um intervalo entre 0,6% e 2,5%. A proposta também prevê a realização de cadastro biométrico para manutenção, renovação e concessão de benefícios sociais; pente-fino no BPC (Benefício de Prestação Continuada); e alteração no cálculo para reajuste do FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal);
Projeto de lei complementar que estabelece novos limites de gastos em caso de déficit nas contas do governo. Segundo a proposta, nessa situação, o Executivo vai poder limitar a utilização de créditos tributários.
PEC (proposta de emenda à Constituição) determina, entre outros pontos, que o limite salarial do servidor público é a remuneração de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), de R$ 44 mil. A proposta também reduz gradualmente o acesso ao abono salarial, benefício pago todos os anos a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos com renda de até dois salários mínimos. Pelo texto, haverá redução gradual para que, a partir de 2035, o benefício seja pago só a quem recebe um salário mínimo e meio por mês. Além disso, o texto prevê novas regras para concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos fiscais.
‘Delicadeza’ para não punir quem não merece
Na quarta (4), Lula declarou que as medidas de revisão de gastos do governo federal têm sido debatidas com “a maior delicadeza” para não punir quem não merece ser punido. “A gente não quer ir para as páginas dos jornais punindo alguém que não pode ser punido. A gente quer fazer o levantamento fidedigno. A gente vai fazer com que todas as pessoas façam o levantamento da sua situação real: aqueles que têm direito vão continuar recebendo, aqueles que estão de forma ilícita vão parar de receber. Esse é o preço que a gente paga por ser sério”, garantiu o presidente.
“Veja que absurdo, falta mão de obra no momento que a gente tem o menor índice de desemprego da história deste país. O pessoal costuma jogar a conta no Bolsa Família, porque alguém tem sempre que ser culpado, e o culpado é o pobre. Joga a conta nos aposentados do INSS, no BPC, tudo coisa que nós estamos fazendo com a maior delicadeza possível”, acrescentou.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (6) que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia foi concluído dentro das possibilidades disponíveis. O tratado, discutido há mais de 20 anos, foi finalizado nesta sexta (6), na 65ª Cúpula dos Chefes de Estados do Mercosul e Estados Associados, em Montevidéu, no Uruguai. O petista também afirmou que os benefícios da parceria vão ultrapassar os limites da América Latina e atingir o mundo inteiro.
“Um acordo dessa natureza nunca é tudo que a gente quer, mas muitas vezes é tudo que é possível fazer e, às vezes, é mais que aquilo que a gente esperava. Acho que o acordo vai ser frutífero para a América do sul e o comércio do mundo inteiro”, destacou, durante seminário do PT, em Brasília. Lula, que está em São Paulo (SP), participou do evento por videoconferência.
Mais cedo, em Montevidéu, o presidente afirmou que o texto é “moderno e equilibrado”. O petista destacou que as condições da parceria apresentadas pelos europeus antes da conclusão eram “inaceitáveis”. O tratado forma uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. Com a finalização dos debates, começa a fase do processo de preparação da assinatura.
“Nossas economias juntas representam um PIB de US$ 22 trilhões. O acordo que finalizamos hoje é bem diferente daquele anunciado em 2019. As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo tema de relevância para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar e ciência e tecnologia”, afirmou no discurso feito no Uruguai.
Na sequência, o líder brasileiro destacou a nova posição do Mercosul no cenário internacional e citou negociações com outras nações, como Singapura e Emirados Árabes Unidos. Lula também defendeu os produtos sul-americanos, o que pode ser lido como uma crítica aos franceses. Recentemente, o grupo Carrefour anunciou a suspensão de compra de carne do Brasil, o que provocou um boicote dos produtores brasileiros à empresa. O movimento fez com que a firma francesa recuasse.
Pontos do acordo
O tratado propõe zerar as tarifas para 91% dos produtos exportados pelo Mercosul para a União Europeia e para 95% das exportações do bloco europeu para os sul-americanos. As mudanças seriam feitas ao longo de um período de transição, de 10 a 15 anos, a depender do setor. Também estão previstas a redução de tarifas alfandegárias e o aumento de exportações, especialmente no setor agrícola, no qual o Mercosul tem vantagens competitivas.
A expectativa é que a parceria gere crescimento econômico, investimentos e ampliação de mercado para os países envolvidos, com destaque para o Brasil. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o acordo pode impulsionar o PIB brasileiro em 0,46% até 2040 — equivalente a US$ 9,3 bilhões. Além disso, traria ganhos em investimentos, com aumento de 1,49% no Brasil, superior aos lucros esperados para a União Europeia (0,12%) e outros países do Mercosul (0,41%).
A conclusão dos debates encerra um processo de negociação que durou cerca de 25 anos. Agora, o acordo entra na fase da assinatura e, segundo o governo brasileiro, o procedimento está avançado, mas não há prazo definido.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (6), em plenário virtual, para negar um recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro a respeito do chamado "inquérito do golpe".
Os advogados pediram que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, seja declarado impedido de julgar esse processo por ser, supostamente, "parte ou diretamente interessado".
O pedido tem como relator o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. O julgamento no plenário virtual começou nesta sexta e vai até o próximo dia 13.
Por volta das 15h, o plenário virtual formou maioria no caso. Os ministros Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli seguiram o voto do relator, para rejeitar o recurso.
Visão da maioria
No voto seguido pela maioria, Barroso afirmou que o pedido não foi devidamente fundamentado, e que os crimes investigados no inquérito atentariam contra "toda a coletividade" – ou seja, em última análise, levariam ao impedimento de todo o Poder Judiciário (veja mais detalhes abaixo).
O ministro Alexandre de Moraes declarou-se impedido de analisar o recurso, já que diz respeito à sua própria posição como relator do inquérito.
? As hipóteses de impedimento, que fazem um juiz se afastar de determinado processo, estão previstas no Código de Processo Penal. O juiz fica impedido, por exemplo, quando um cônjuge ou parente tiver atuado naquele processo; quando o próprio magistrado tiver atuado no caso como advogado, ou como juiz em instância inferior; ou quando o juiz ou um parente for parte interessada na causa.
O voto de Barroso
Até o início da tarde de sexta, apenas Barroso tinha incluído um voto por escrito no sistema virtual do STF. Os demais magistrados apenas acompanharam a posição.
Na primeira decisão, alvo do recurso que está sendo julgado agora, Barroso já tinha definido que "não houve clara demonstração de qualquer das causas justificadoras de impedimento, previstas, taxativamente, na legislação de regência".
Relator também do recurso, Barroso afirmou que:
"A ausência de impugnação específica dos fundamentos da decisão agravada impede o conhecimento do recurso", resumiu Barroso a esse respeito.
"Como se disse, os fatos narrados na petição inicial não caracterizam, minimamente, as situações legais que comprometeriam a parcialidade do julgador para o legítimo exercício da jurisdição", afirmou o presidente do STF.
"No recurso, a parte requerente continuou sem demonstrar de forma clara, objetiva e específica a existência de situação de parcialidade do julgador", prosseguiu.
"A simples alegação de que o Min. Alexandre de Moraes seria vítima dos delitos em apuração não conduz ao automático impedimento de Sua Excelência para a relatoria da causa, até mesmo porque os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe de estado têm como sujeito passivo toda a coletividade, e não uma vítima individualizada", disse Barroso.
"Logo, se fosse acolhida a tese suscitada pela defesa, todos os órgãos do Poder Judiciário estariam impedidos de apurar esse tipo de criminalidade contra o Estado democrático de Direito e contra as instituições públicas", escreveu.
g1
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Curdos sírios apoiados pelos Estados Unidos tomaram o controle da cidade de Deir el-Zor, no leste da Síria , nesta sexta-feira (6), segundo informações dadas por duas fontes de segurança à agência de notícias Reuters.
A aliança entre os combatentes e os EUA, , conhecida como Forças Democráticas Sírias, assumiu a cidade, a terceira a sair do controle do presidente Bashar al-Assad em uma semana.
O chefe das forças curdas declarou que está disposto a dialogar com os rebeldes islamistas, que realizam uma ofensiva relâmpago no país.
"Queremos uma desescalada com o Hayat Tahrir al Sham (HTS) e outras partes, e que nossos problemas sejam resolvidos através do diálogo", declarou à imprensa Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias, que controlam áreas inteiras do nordeste do país.
Na opinião de Abdi, o rápido avanço dos rebeldes dominados pelo HTS do norte da Síria em direção ao centro traz "uma nova realidade política e militar" na Síria.
Mais cedo, o diretor da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), revelou que as forças sírias e seus aliados apoiados pelo Irã haviam se retirado "repentinamente" de Deir el-Zor.
"As forças do regime sírio e os combatentes dos grupos aliados apoiados pelo Irã se retiraram repentinamente da cidade e de suas imediações, com colunas de soldados seguindo para o centro da Síria", declarou.
Omar Abu Layla, um ativista da plataforma de mídia Deir Ezzor 24 com contatos na cidade, também disse à Reuters que as forças do governo sírio e os combatentes iraquianos apoiados pelo Irã haviam se retirado de Deir el-Zor antes da chegada das SDF.
A situação na Síria
O Hezbollah afirmou nesta sexta-feira (6) que enviou à Síria um "pequeno número" de soldados para lutar ao lado das tropas do ditador sírio Bashar al-Assad na cidade de Homs, cercada pelos rebeldes que fazem uma nova ofensiva que reacendeu conflito de 13 anos no país.
Nesta sexta, os rebeldes, que tentam derrubar o regime de Assad, avançavam em direção a Homs após conquistar a cidade estratégica de Hama. Em paralelo, tiros foram ouvidos perto do palácio presidencial na capital Damasco, e a Rússia, aliada do ditador sírio, pediu que seus cidadãos deixem o país do Oriente Médio.
E a Jordânia, país que faz fronteira com a Síria, fechou todos os acessos ao país vizinho.
Embora seja sediado no Líbano, de onde luta contra Israel, o Hezbollah também tem frentes em conflitos internacionais e vinha apoiando as forças sírias. O grupo extremista perdeu força desde o início da guerra que trava com Israel, mas, mesmo assim, deslocou tropas de elite para a Síria, segundo membros do Exército libanês ouvidos pela agência de notícias Reuters.
As tropas do Hezbollah tentarão conter, ao lado do Exército sírio, os rebeldes do movimento Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) que, nesta manhã, se aproximavam da cidade, a quarta maior do país.
A ofensiva dos rebeldes reacendeu a guerra na Síria, que acontece desde 2011. O conflito estourou durante manifestações da Primavera Árabe que começaram a pedir a derrubada do regime de Asad e foram duramente reprimidas pelo Exército.
Grupos rebeldes entraram então em conflito com as forças de Asad, que perdeu o controle de alguns territórios mas conseguiu se manter no poder, principalmente pelo apoio da Rússia e do Irã, seus aliados.
O líder dos rebeldes islamistas sírios declarou ao canal CNN que o "objetivo" de sua ofensiva relâmpago na Síria é "derrubar" o governo do presidente Bashar al-Assad.
"Quando falamos de objetivos, a finalidade da revolução continua sendo derrubar este regime. Temos o direito de utilizar todos os meios disponíveis para alcançar esta meta", declarou Abu Mohamed al-Jolani em uma entrevista à publicada nesta sexta-feira (6).
Assad prometeu recorrer à força para eliminar "o terrorismo", mas suas tropas estão sofrendo derrotas sucessivas em diversas cidades do país e sendo forçadas a recuar em direção à capital Damasco.
O comandante dos rebeldes afirmou nesta sexta que está coordenando com a Rússia, que apoia o governo sírio, e os Estados Unidos o desenvolvimento do conflito.
População deslocada
Os combates entre rebeldes e as forças sírias provocaram o deslocamento de 280 mil sírios desde 27 de novembro, devido ao avanço dos grupos islamistas na Síria, informou a ONU nesta sexta-feira (6), com o alerta de que o número pode chegar a 1,5 milhão.
"O número que temos é de 280.000 pessoas desde 27 de novembro. Está atualizado até a noite de ontem. Não inclui o número de pessoas que fugiram para o Líbano durante a recente escalada" dos combates entre Hezbollah e Israel, declarou Samer AbdelJaber, diretor de coordenação de emergências do Programa Mundial de Alimentos, durante uma entrevista coletiva em Genebra.
g1
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O Vaticano incluiu um evento organizado por católicos LGBT em seu calendário oficial online para o Jubileu 2025 , em um sinal incomum de abertura da Igreja em relação à comunidade gay.
Uma peregrinação do grupo italiano "La Tenda di Gionata", marcada para setembro, está listada entre as centenas de eventos planejados para o evento, que deve atrair cerca de 32 milhões de turistas a Roma no ano que vem.
O grupo, que descreve seu objetivo como promover a acolhida de pessoas LGBT na Igreja, deve realizar uma vigília de oração em uma paróquia local de Roma antes de fazer uma viagem à Basílica de São Pedro.
Uma autoridade do Vaticano disse à agência de notícias Reuters, no entanto, que a inclusão do grupo no calendário não implica apoio aos seus eventos.
"Não são atividades patrocinadas. Uma vez verificado que há espaço, inserimos a peregrinação no calendário geral", disse Agnese Palmucci, porta-voz do escritório de evangelização do Vaticano, que está organizando o Jubileu.
Roma será o centro global do Ano Santo Católico, que começa em 24 de dezembro, véspera de Natal, e vai até 6 de janeiro de 2026. Jubileus como esse normalmente ocorrem uma vez a cada 25 anos.
Acolhimento aos LGBTs e maior papel às mulheres
Em junho de 2023, um documento do Vaticano - conhecido pelo título Instrumentum Laboris - propôs uma série de discussões, entre elas como a Igreja pode ser mais inclusivas com às pessoas LGBTQIAP+ e os divorciados, e como dar às mulheres mais poder de decisão.
O texto de 50 páginas também propõs a discussão sobre permitir que homens casados se tornem padres em áreas remotas – uma possibilidade que o Papa Francisco suspendeu após conversas em uma reunião semelhante em 2019.
Em 2022, o Papa Francisco introduziu uma reforma histórica que permitirá que qualquer católico leigo batizado, incluindo mulheres, chefie a maioria dos departamentos do Vaticano sob uma nova constituição para a administração central da Santa Sé.
Ele também nomeou três mulheres para um comitê anteriormente exclusivamente masculino que o aconselha na seleção dos bispos do mundo.
Reuters
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