A França enfrenta nesta terça-feira (10) mais um dia de mobilização nacional contra a proposta do governo de Emmanuel Macron de reforma da previdência. De acordo com o Ministério do Interior, cerca de 339 mil manifestantes participaram dos protestos — 31 mil só na capital, Paris.
Na quinta-feira (5), foi decretado o primeiro dia de greve geral e 800 mil manifestantes foram às ruas em todo o país. Desde então, alguns setores, como transportes, permanecem com atividades suspensas.
O metrô e o transporte ferroviário permanecem circulando com fortes restrições.
No fim da manhã (horário local), já havia manifestações em Paris, Toulouse, Marselha e Rouen.
Refinarias bloqueadas
Sete das oito refinarias francesas da Esso e da Total foram bloqueadas nesta terça-feira, segundo o sindicato CGT. Apenas uma refinaria, a Esso de Notre-Dame de Gravenchon, no norte do país, não estava bloqueada.
A greve nas refinarias pode continuar nos próximos dias, gerando temores de escassez de combustível.
Proposta do governo
O primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, detalhará o conteúdo da reforma da presidência, que quer criar um sistema único em que todos os trabalhadores terão os mesmos direitos no momento de receber a aposentadoria.
Assim, Macron colocaria em prática uma das suas principais promessas de campanha que era de suprimir os 42 regimes especiais que concedem privilégios a determinadas categorias profissionais.
Para o governo, esse é um sistema mais justo e mais simples, no qual "cada euro contribuído dará a todos os mesmos direitos". Porém, os sindicatos temem que o novo sistema adie a aposentadoria, atualmente aos 62 anos e diminua o nível das pensões.
A maior parte dos países europeus já recuou a idade mínima para 65 anos, mas o projeto de Macron não altera a idade mínima, que na França é de 62 anos para mulheres e homens.
O alto comissário Jean-Paul Delevoye, que redigiu a reforma, reuniu-se com representantes dos sindicatos para tentar superar a oposição ao projeto.
No entanto, os sindicatos estão determinados a manter a disputa. "Não cederemos até a retirada da reforma, da qual não existe nada de bom", disse Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, uma das principais centrais do país.
G1
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