Os dois líderes dos dois países mais populosos da União Europeia – França e Alemanha – pediram nesta terça-feira (21) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "faça os gestos necessários para criar condições favoráveis ao diálogo" no leste da Ucrânia. A área está ocupada por tropas favoráveis a Moscou, em uma das maiores crises geopolíticas deste século.
Participaram do telefonema o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, anunciou a Presidência francesa.
Na ligação, os dois líderes enfatizaram que "é hora de tomar decisões para acabar com o conflito no leste da Ucrânia, que afeta as relações entre a Rússia e a União Europeia".
Os três conversaram um dia depois da posse do ator Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia. Ele herdou o conflito no leste do país, que deixou quase 13 mil mortos em cinco anos, sobretudo depois que a Rússia anexou a península da Crimeia – reconhecida como território ucraniano.
A guerra entre forças ucranianas e pró-Rússia privou a Ucrânia do controle na bacia de carvão e de Donbass e de uma parte da sua fronteira com o território russo.
Kiev e os Ocidente acusam Moscou de apoiar militarmente os separatistas pró-russos nesses territórios, algo que as autoridades russas rechaçam, apesar das constatações de vários veículos de comunicação, entre eles a AFP.
Os acordos de Minsk do começo de 2015, assinado sob o auspício de Paris, Berlim e Moscou, permitiram reduzir a intensidade dos combates, mas não puseram fim ao conflito nem deram uma solução política.
Posse de Zelensky reacende questão russa
Ao tomar posse, o novo presidente ucraniano afirmou que terá como primeira tarefa terminar com o conflito no leste do país e proteger a soberania e a independência da Ucrânia.
Além disso, segundo a Deutsche Welle, Zelensky disse que só retomará o diálogo com a Rússia após a devolução do território ucraniano ocupado e com o retorno de prisioneiros de guerra.
Do outro lado, o governo russo não se moveu para iniciar um diálogo com o novo presidente ucraniano. Segundo o Kremlin, Putin só vai parabenizar Zelensky se houver sinalizações de melhora nas relações entre Ucrânia e Rússia.
France Presse
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