Ao discursar para comemorar um ano de sua reeleição – considerada ilegítima pela oposição – o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, propôs nesta segunda-feira (20) a antecipação das eleições para a Assembleia Nacional, casa legislativa controlada pela oposição.
"Faço uma proposta para as oposições, vamos nos medir eleitoralmente, façamos eleições, vamos legitimar a única instituição que não o fez nos últimos cinco anos", disse, segundo informações de seu órgão oficial de comunicação.
As eleições para a Assembleia Nacional, em princípio, estão previstas para 2020. Inicialmente, não estava claro se a proposta do chavista resultaria em alguma medida efetiva ou se foi força de expressão para questionar a legitimidade da Assembleia Nacional em seu discurso.
A casa presidida pelo líder oposicionista Juan Guaidó foi considerada "em desacato" pela Justiça venezuelana, também controlada por Maduro, e perdeu seu poder legislativo. Em seu lugar, Maduro convocou uma Assembleia Constituinte, que teve seu funcionamento prorrogado nesta segunda, apesar de não ter apresentado, em dois anos, um novo projeto de Constituição.
"No máximo no ano que vem há eleições. A próxima eleição é da Assembleia Nacional. Eles participarão, sim ou não? Nós vamos participar ", disse o presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, numa sessão nesta segunda. Ele questionou a capacidade da oposição de garantir a estabilidade da nação.
"Somos os verdadeiros fiadores da paz deste país, um ano depois de Maduro ter vencido as eleições e consolidar a paz no país. É por isso que vamos nos sentar e conversar ", disse Cabello.
Seguidores de Maduro se mobilizaram nesta segunda em Caracas para demonstrar seu apoio ao presidente no aniversário de um ano de sua reeleição, considerada ilegítima pelo líder opositor Juan Guaidó e seus apoiadores, incluindo os governos de dezenas de países, entre os quais o Brasil e os Estados Unidos.
Sob o lema "Marcha da Vitória", com bandeiras partidárias e camisas vermelhas, símbolo do chavismo, centenas de pessoas se reuniram para se manifestar pelo centro da capital, indo da Plaza Morelos ao palácio presidencial de Miraflores.
G1
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