"Com problemas": foi assim que a revista americana "Time" resumiu a situação de Donald Trump após seu primeiro debate com Kamala Harris em sua nova capa, divulgada nesta quarta-feira (11).
Na ilustração, o ex-presidente e candidato republicano às eleições presidenciais de novembro aparece sentado em carrinho de golfe atolado na areia. Na manchete, a publicação exalta a performance da vice-presidente e candidata democrata:
"Como Kamala Harris tirou Donald Trump do curso".
A reportagem, baseada em uma análise detalhada da performance de ambos no debate desta terça-feira (10), na rede de TV ABC, diz que foi "evidente" que Trump ficou abalado e que gostaria de ainda estar na corrida eleitoral com Joe Biden, que desistiu da reeleição após uma atuação desastrosa no primeiro debate eleitoral, da CNN.
"Nos nove anos desde que Trump entrou em cena pela primeira vez, nenhum oponente – democrata ou republicano – lidou com o gorila da política americana com a mesma frieza, ou o irritou a tal ponto", afirmam os três jornalistas responsáveis pelo texto.
Segundo a análise, enquanto a declaração final de Kamala Harris defendeu uma visão de unidade, força e prosperidade partilhada, a de Donald Trump foi "um lamento amargo".
Em entrevista, Trump diz que debate foi 'manipulado'
Nesta quarta, em entrevista ao canal Fox News, Trump afirmou que o debate foi "manipulado" contra ele, mas não apresentou evidências da acusação.
"Foi um acordo manipulado, como eu presumi que seria. Você vê pelo fato de que estavam corrigindo tudo, mas não corrigiam ela", reclamou.
Trump também atacou a cantora e superestrela Taylor Swift por ter declarado apoio a Kamala Harris.
"Eu não sou fã de Taylor Swift... Ela é uma pessoa muito liberal. Ela parece sempre apoiar um democrata e, provavelmente, ela pagará um preço por isso em suas vendas no mercado", disse.
O primeiro debate de Kamala e Trump
O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, na noite desta terça-feira (10), foi marcado por trocas de acusações em temas centrais da corrida à Casa Branca e pelo tom mais assertivo de Harris, que empurrou o adversário para a defensiva e conseguiu se impor até em temas mais confortáveis para Trump, como imigração e economia.
Enfática e expressiva, Kamala Harris investiu em ataques a Trump e procurou se desassociar de Joe Biden ao mesmo tempo em que defendeu seu governo. Com oratória segura, ela também evocou seu passado como procuradora-geral, deixando de lado dúvidas sobre se conseguiria lidar com acusações de Trump. Mesmo sem o apoio de sua equipe e do uso de anotações, que não puderam entrar no auditório do debate, ela deu respostas rápidas.
Segundo levantamento do jornal "The New York Times", Trump passou a maior parte do debate, de pouco mais de 90 minutos, se defendendo de ataques da adversária, ao contrário do enfrentamento que teve em junho contra o presidente Joe Biden. Na ocasião, o republicano foi quem mais fez ataques.
Donald Trump, que começou o debate repetindo o tom mais calmo que adotou no cara a cara contra Biden, também foi optando por falas mais agressivas ao longo do enfrentamento em reação a provocações constantes da adversária.
Ele tentou atrelar a democrata a Joe Biden, buscando tirar proveito do mau desempenho do presidente. "Ela é Biden. Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden", disse.
"Claramente, eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump. Estou querendo oferecer uma nova geração de líderes aos americanos", retrucou Kamala Harris. "Deixe eu te lembrar que você não está concorrendo com o Joe Biden. Você está concorrendo comigo."
A atual vice-presidente dos EUA disse ter passado os quatro últimos anos "limpando a bagunça de Donald Trump". Ela o acusou de deixar o governo com altas taxas de desemprego e com uma política externa desastrosa, além de ter criticado sua gestão da pandemia.
g1
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