Nesta terça-feira (10), o Exército de Israel divulgou um vídeo mostrando o local onde, segundo eles, os seis reféns que tiveram seus corpos recuperados recentemente foram mortos pelo Hamas.
Nas imagens exclusivas, reveladas em uma coletiva de imprensa com transmissão nacional na TV, o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, mostra que a entrada do túnel, que fica a 20 metros da superfície, é acessado por escadas e tinha 120 metros de extensão, estava em um quarto de criança na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza e descreve a estrutura.
Incapaz de de ficar de pé na passagem estreita, o militar descreve as condições como extremamente úmidas e afirma que é difícil respirar lá embaixo. Ele também mostrou garrafas de urina, um balde que parecia ter servido como um banheiro improvisado, um tabuleiro de xadrez e munição para um rifle automático, que se acredita ter sido usado pelos captores.
“Eles estavam aqui neste túnel em condições horríveis, onde não há ar para respirar, onde você não consegue ficar de pé”, disse.
Segundo Hagari, antes de divulgar as imagens ao país, o governo as mostrou às famílias dos reféns e que "foi muito difícil para eles verem como seus entes queridos sobreviveram nessas condições".
Corpos dos reféns foram encontrados no mês passado
No dia 1º de agosto, Israel anunciou oficialmente que havia encontrado seis corpos. Testes patológicos mostraram que eles foram mortos em algum momento da noite de 29 de agosto, disse Hagari aos repórteres.
Após as tropas israelenses encontrarem os corpos, segundo o porta-voz do grupo terrorista Hamas, uma nova orientação foi dada para os guardas encarregados dos reféns israelenses que o grupo mantém na Faixa de Gaza: matá-los caso o Exército de Israel chegue perto de um dos esconderijos.
"Dizemos a todos de forma clara que novas instruções foram emitidas aos combatentes encarregados de guardar os prisioneiros sobre como lidar com eles caso o exército de ocupação se aproxime do local onde estão sendo mantidos. A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros por meio de pressão militar, em vez de firmar um acordo, significará o retorno deles a suas famílias em caixões, e suas famílias terão de escolher entre mortos ou vivos", disse Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas.
Em seu comunicado, Abu Obaida também culpou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pela morte dos reféns e afirmou que o governo israelense "matou dezenas deles por meio de bombardeios aéreos diretos".
A descoberta da morte dos reféns desencadeou uma onda de protestos por toda Israel e colocou pressão sobre Netanyahu. Há uma insatisfação popular com postura do governo diante das negociações por um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, que Israel trava contra o Hamas desde outubro de 2023.
No dia 2, Netanyahu pediu "perdão" por não ter conseguido salvar os seis reféns israelenses encontrados mortos e disse que o Hamas "pagará um preço muito alto' pelas mortes".
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Netanyahu não está fazendo o suficiente para garantir acordo entre Israel e Hamas para a libertação de reféns. Uma nova rodada de negociações por uma trégua com troca de reféns está acontecendo desde meados de agosto, mas ainda há obstáculos significativos entre as partes.
g1
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