O governo do presidente argentino Javier Milei oficializou nesta terça-feira (16) o diplomata Guillermo Daniel Raimondi como novo embaixador do país no Brasil.
O nome de Raimondi foi publicado no "Boletín Oficial de la República Argentina", espécie de "Diário Oficial" do país vizinho. Era a etapa que faltava para que o novo embaixador assuma o cargo. A mudança para o Brasil deve acontecer nos próximos dias.
Raimondi assume o lugar do peronista Daniel Scioli – que foi escolhido como Secretário de Turismo, Ambiente e Esportes do governo Milei.
O novo embaixador no Brasil é diplomata de carreira e já foi vice-chanceler no governo de Mauricio Macri.
A escolha de Daniel Raimondi é vista como positiva, segundo fontes da diplomacia argentina. Ele é considerado um nome "técnico", diferente do perfil mais "político" do antecessor Scioli.
Para a Argentina, a Embaixada no Brasil é um dos postos principais da diplomacia – e Raimondi deverá priorizar o diálogo com o Brasil em meio a divergências entre os presidentes Lula e Milei.
Perfil
Antes da vinda para o Brasil, Raimondi era o representante da Argentina na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos.
O novo embaixador é formado em economia, entrou para a carreira diplomática em 1984. Ao longo da carreira, Raimondi já atuou como subsecretário de Integração Econômica Americana e Mercosul e trabalhou nas embaixadas do Chile e do Uruguai.
O antecessor e a troca
O anúncio da troca do representante argentino no Brasil já havia sido feito pelo recém presidente Javier Milei. No início de março, o Brasil concedeu autorização para que o representante do governo Argentino assuma o posto no país.
Ainda no início de 2024, a troca de Scioli foi anunciada pelo ministro do Interior, Guillermo Francos, de quem é amigo há muitos anos.
Até o fim de 2023, Daniel Scioli dizia que continuaria na Embaixada mesmo com a mudança de governo.
Ele havia sido nomeado pelo então presidente Alberto Fernández e estava no posto desde 2020. Historicamente peronista – grupo político de oposição a Milei –, Scioli ganhou destaque por mediar o diálogo entre o governo Fernández e a gestão Bolsonaro no Brasil.
No ano passado, chegou a se pré-candidatar como nome do peronismo à presidência da Argentina pela coalizão União pela Pátria, mas deixou a disputa na reta final para apoiar a candidatura de Sergio Massa, então ministro da Economia de Fernández, derrotado por Milei.
Daniel Scioli chegou perto do cargo em 2015. Foi candidato à presidência mas perdeu no segundo turno das eleições para o ex-presidente Mauricio Macri. Antes, foi governador da província de Buenos Aires e vice-presidente na gestão de Néstor Kirchner.
g1
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