A procuradoria-geral da Venezuela prendeu nesta terça-feira (9) Tareck El Aissami, que foi ministro do Petróleo do governo de Nicolás Maduro e um dos homens mais poderosos do país. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção pelo qual dinheiro da empresa petroleira estatal PDVSA era desviado.
El Aissami, de 49 anos, também foi ministro do presidente Hugo Chávez, que antecedeu Maduro no poder.
Em março de 2023, quando ele estava no Ministério do Petróleo, o próprio Maduro deu ordem para investigar um esquema de corrupção envolvendo venda de petróleo por criptoativos na PDVSA (leia mais abaixo).
Nesse momento, El Aissami renunciou ao cargo e não apareceu mais em público e nem nas redes sociais.
Ele é acusado de traição, lavagem de dinheiro, conspiração e desvio de fundos públicos.
Segundo a acusação, El Aissami usou o dinheiro para reformar sua casa e enviou uma parte para bancos estrangeiros.
Esquema com criptoativos
A venda de petróleo por meio de criptoativos foi uma aposta do governo chavista para tentar driblar as sanções financeiras impostas pelo governo americano contra a Venezuela.
No entanto, executivos da PDVSA fizeram operações ilegais e desviaram dinheiro da empresa. Eles começaram a ter controle direto do envio de petróleo cru e não depositavam o dinheiro das vendas no Banco Central do país. Além disso, também passaram a especular com o câmbio.
Segundo informações da imprensa venezuelana, houve um rombo de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões, pela cotação atual).
A investigação judicial está acontecendo em etapas. Na primeira delas, há um ano, foram presos 61 funcionários, políticos e empresários do país.
Nesta terça-feira, além de Tareck El Aissami, foram presos também:
Simón Alejandro Zerpa, ex-ministro da Economia.
Samar José López, um empresário acusado de lavagem de dinheiro e capitais.
O procurador mostrou uma foto do momento de sua prisão: o ex-chefão do petróleo aparece algemado com camiseta e agasalho esportivo, escoltado por dois funcionários com o rosto coberto.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que a participação direta do ex-vice-presidente foi revelada e por isso ele foi preso para ser acusado pelo Ministério Público.
France Presse
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