Protestos contra cortes nos subsídios dos combustíveis voltaram a paralisar nesta sexta-feira (4) os transportes em grandes cidades do Equador. Testemunhas disseram que os serviços de ônibus e táxis continuavam em greve nesta sexta.
Na quinta-feira (3), o presidente Lenín Moreno decretou "estado de exceção" em todo o país por causa dos tumultos que terminaram com 275 pessoas presas e 28 policiais feridos, segundo o Ministério do Interior.
Manifestantes foram às ruas depois da alta de 123% no preço dos combustíveis provocada por medidas fiscais adotadas por Lenín Moreno no início da semana.
Mascarados atiraram pedras e enfrentaram a polícia na capital Quito, provocando estragos em meio aos piores distúrbios em anos na nação petrolífera de 17 milhões de habitantes.
Medidas do governo
Moreno aproximou o Equador dos mercados depois de anos de um governo de esquerda e alinhou as políticas a um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), descartou os subsídios dos combustíveis, que duravam décadas, e anunciou mudanças tributárias.
As medidas enfureceram sindicatos do setor de transportes, cuja ação contou com a participação de grupos indígenas, estudantes e outros sindicatos.
O líder dos caminhoneiros, Luis Vizcaino, pediu diálogo com o governo.
"Todos os setores de transporte do Equador estão em crise. Precisamos chegar a uma medida intermediária", disse ele à TV local.
Como o governo declarou o estado de exceção no mesmo dia, a polícia acionou veículos blindados e usou gás lacrimogêneo para repelir os manifestantes e impedi-los de chegar ao palácio presidencial.
"Tenho coragem de tomar as decisões certas para o país", disse Moreno a repórteres, elogiando os serviços de segurança por conter a violência.
O Equador tem um longo histórico de instabilidade. Protestos de rua derrubaram três presidentes durante o caos econômico visto na década anterior ao governo do antecessor de Moreno, Rafael Correa, iniciado em 2007.
Reuters
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