O procurador-geral da Ucrânia anunciou uma revisão de vários casos relacionados com a empresa de gás Burisma, vinculada ao filho de Joe Biden, no momento em que existe a suspeita de que o presidente americano Donald Trump pressionou Kiev para tentar prejudicar o rival democrata.
"Estamos fazendo uma auditoria dos casos que foram supervisionados anteriormente pelo escritório da Procuradoria Geral e revisando todos os casos que foram arquivados para decidir se isto foi ilegal", afirmou o procurador Ruslan Riaboshapka.
O procurador destacou que, a princípio, esses processos não envolvem Hunter Biden (filho do ex-vice-presidente americano Joe Biden), que foi do conselho de administração da Burisma entre 2014 e 2019.
A revisão dos inquéritos –são 15, no total– afeta mais o fundador da Burisma, Mikola Zlochevski, e o empresário ucraniano Serguei Kurtchenko, de acordo com diversas fontes.
Ex-primeiro-ministro diz que é preciso investigar
A Ucrânia deverá investigar as atividades do filho de Biden para estabelecer qual foi o seu papel na empresa de gás e se ele esteve de acordo com as leis do país, disse nesta sexta-feira (4) Mykola Azarov, que foi primeiro-ministro do país.
Ele não disse a qual lei ele se referia.
O próprio Azarov foi procurado pela Interpol –ele foi acusado de fraude, mas ele recorreu e não aparece mais na lista da organização internacional.
Caso que deu origem ao impeachment
A reabertura dos casos não foi motivada por pressão política, disse o procurador. "Nenhum político estrangeiro ou ucraniano me ligou ou tentou influenciar minhas decisões", insistiu.
Existe a suspeita de que Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos tentou pressionar, em uma ligação telefônica, o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar o filho de Biden, seu potencial rival democrata nas eleições de 2020.
Um funcionário de um serviço de inteligência dos EUA soube do diálogo dos dois e protocolou um pedido de investigação. Isso foi levado à Câmara de representantes dos EUA, que abriu um processo de impeachment.
Trump pedirá votação para atrasar investigação
Trump confirmou nesta sexta-feira que enviaria uma carta à presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, solicitando que a Casa realize uma votação completa para aprovar formalmente o inquérito, uma medida que poderia atrasar o processo.
Na quinta-feira (3), Trump afirmou que poderia pedir ao líder chinês, Xi Jinping, para investigar Biden.
"É certamente algo em que podemos começar a pensar", respondeu Trump quando um jornalista perguntou se ele pediria a Xi Jinping para examinar as ações do ex-vice-presidente do governo Barack Obama.
Nesta sexta (4), Trump voltou ao tema: afirmou que não irá relacionar um acordo comercial com a China a seu desejo de que Pequim investigue o ex-vice-presidente Joe Biden, um possível rival nas eleições presidenciais de 2020.
Falando a repórteres antes de deixar a Casa Branca, Trump disse que as negociações para acabar com a guerra comercial dos EUA com a China estavam separadas de qualquer ação a respeito de Biden.
"Uma coisa não tem nada a ver com a outra", disse o presidente ao ser perguntado se teria mais chances de fazer um acordo com a China se o país asiático investigasse Biden. "Quero fazer um acordo comercial com a China, mas apenas se for bom para o nosso país."
Reação de senador Republicano
A pressão que Donald Trump, dos Estados Unidos, fez em outros países para que o ex-vice-presidente Joe Biden fosse investigado é errada e apavorante, afirmou nesta sexta-feira (4) o senador do Partido Republicano Mitt Romney, que foi candidato a presidente dos EUA.
“Quando o presidente Trump pede para que a China investigue seu oponente político no meio do processo de escolha do candidato do Partido Democrata, é preciso credulidade sugerir que se trata de qualquer outra coisa que não motivação política”, afirmou ele em uma rede social.
“Pelo que parece, o apelo descarado e sem precedentes para que a China e a Ucrânia investiguem Joe Biden é errado e apavorante”, ele completou.
G1
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