Quatro manifestantes foram mortos a tiros nesta quinta-feira (3) na cidade de Amara, ao sul de Bagdá, no terceiro dia de manifestações no país, informaram fontes médicas e policiais à agência AFP.
Há três dias, os manifestantes exigem fim da corrupção, melhores serviços públicos e maior oferta de emprego. Segundo a AFP os violentos protestos já deixaram 27 mortos. A rede CNN contabiliza 22 mortos.
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul Mahdi, impôs toque de recolher em algumas cidades iraquianas – inclusive a capital, Bagdá – onde todos os veículos e pessoas estão proibidos de trafegar a partir das 5h desta quinta-feira (horário local) "até segunda ordem", informou o gabinete do premiê.
Tensão no Iraque
Nos atos, jovens formados em universidades iraquianas protestam contra a dificuldade em se encontrar emprego em um país sem dinheiro, mas que é rico em petróleo.
Os protestos põem em xeque o governo de Adel Abdul-Mahdi, que está perto de completar um ano. Segundo a agência AP, as manifestações não têm liderança única e foram organizadas pelas redes sociais.
A onda de violência e de revolta contra o governo coloca o Iraque em mais um capítulo de crise política desde a deposição do regime de Saddam Hussein pelos Estados Unidos, em 2003. Até por isso, a situação preocupa a Casa Branca – há ainda milhares de militares norte-americanos em território iraquiano.
A embaixada dos EUA em Bagdá pediu calma a todos os lados. "O direito de protestar pacificamente é fundamental em todas as democracias, mas não há lugar para violência de nenhum lado", afirmava um tuíte da representação norte-americana.
Outro fator de preocupação é a crise ocorrer em meio à tensão entre os EUA e o Irã – país vizinho ao Iraque –, sobretudo após os recentes ataques a petroleiras na Arábia Saudita, aliada dos norte-americanos.
G1
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