Opositores do presidente Joe Biden tiram proveito da descoberta de uma embalagem com cocaína, encontrada na ala oeste da Casa Branca, para espalhar especulações sobre a sua origem e arremessam o tema diretamente para a campanha eleitoral.
Como sempre, o alvo preferido dos ataques é Hunter Biden, filho do presidente, que enfrentou problemas com dependência de drogas e álcool e vem sendo apontado, sem provas, como o autor do material.
Sem causar qualquer surpresa, o ex-presidente Donald Trump tomou a dianteira no rol de acusações.
“Alguém realmente acredita que a COCAÍNA encontrada na Ala Oeste da Casa Branca, bem perto do Salão Oval, seja para uso de outra pessoa que não seja Hunter e Joe Biden?”, escreveu ele na sua mídia social, a Truth Social.
"Mas, olha, logo a mídia falsa vai começar a dizer que a quantidade encontrada foi 'muito pequena' e que não era COCAÍNA mesmo, mas aspirina, e a história vai sumir", acrescentou o ex-presidente, até agora o favorito para obter a indicação do Partido Republicano à Casa Branca.
A droga foi encontrada no último domingo, quando o presidente e a família sequer estavam na residência oficial e passavam o fim de semana prolongado pelo feriado de 4 de julho em Delaware.
O Serviço Secreto iniciou uma investigação sobre a origem do pacote, descoberto num setor bem movimentado da Ala Oeste, segundo a porta-voz da Casa Branca.
A mídia conservadora e de extrema direita, contudo, alimentou as especulações e batizou o escândalo de “Cocainegate”. Ao classificar todo o processo como suspeito, Julie Banderas, âncora da Fox News, conduziu seu programa de quinta-feira fazendo ilações ao filho do presidente.
“Não estamos dizendo que a cocaína é de Hunter Biden. O filho do presidente é ex-viciado em crack e deveria estar limpo. Ele recebeu um tapa por acusações que deveriam ser criminais. Por quê? Porque ele é filho do presidente. O tratamento preferencial é um assunto muito delicado. E, de fato, a cocaína foi encontrada em uma área da Casa Branca visitada por Hunter Biden”, insinuou a jornalista, criticando a “grande mídia” por não se juntar a ela nessa tese.
O filho do presidente, de 55 anos, tem sido a fonte de muitos problemas para Biden, explorados intensamente por seus opositores. Recentemente, ele foi acusado de sonegar impostos em 2017 e 2018 e de porte ilegal de armas e fez um acordo na Justiça para evitar a condenação.
Os republicanos, que agora controlam a Câmara, querem a todo custo investigar Hunter Biden por suposto tráfico de influência em negócios na Ucrânia na China, quando o pai era vice-presidente.
O episódio da cocaína serve também para medir o poder de fogo desta campanha eleitoral. Mirar no filho é uma forma de atingir Biden e minar o seu foco na reeleição.
g1
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