Novembro 26, 2024

Putin evita falar sobre motim armado do grupo Wagner em sua primeira aparição após 'acordo de paz'

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, publicou um comunicado na manhã desta segunda-feira (26) no qual ele não trata nenhum assunto relacionado ao motim armado do grupo mercenário Wagner. Essa foi a primeira fala pública do líder russo desde o "acorde de paz" entre as duas partes.

"O desenvolvimento da indústria russa depende na qualidade de seus especialistas", disse o presidente russo enquanto parabenizava organizadores de um fórum industrial para novos pesquisadores.

Também nesta segunda-feira, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, apareceu pela primeira vez desde que um acordo foi fechado no sábado para encerrar a rebelião.

Em um vídeo divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Ministério da Defesa da Rússia, Shoigu foi mostrado voando em um avião com um colega e ouvindo relatos em um posto de comando administrado pelo grupo militar Zapad a oeste da Rússia.

Não ficou imediatamente claro onde ou quando a visita ocorreu.

Durante a crise na qual o Grupo Wagner assumiu o controle do quartel-general militar da Rússia no sul do país, o líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, exigiu que Shoigu e Valery Gerasimov, o chefe do Estado-Maior, fossem entregues a ele para que ele pudesse "restaurar a justiça."

Prigozhin acusou os dois homens de incompetência e corrupção grosseiras e há muito tempo lutava por sua remoção.

Gerasimov não foi mais visto em público desde então, e não houve notícias do Kremlin sobre novas mudanças de pessoal quando descreveu o acordo que encerrou o motim.

O acordo, conforme descrito publicamente pelo Kremlin, fez com que as acusações criminais contra os amotinados fossem retiradas em troca de seu retorno aos campos. Prigozhin se mudará para Belarus sob o acordo.

Entretanto, desde a assinatura do acordo, a localização de Prigozhin é desconhecida.

'O monstro está agindo contra seu criador'
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira que o movimento do grupo mercenário mostrou rachaduras e fragilidades do poder militar russo.

"O monstro que (o presidente russo Vladimir) Putin criou com Wagner, o monstro o está mordendo agora, o monstro está agindo contra seu criador", disse ele.

"Não é bom ver que uma potência nuclear como a Rússia pode entrar em uma fase de instabilidade política", afirmou.

Fim do regime antiterrorista
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse nesta segunda-feira que estava cancelando o regime antiterrorista imposto na cidade durante a rebelião do grupo Wagner.

Sobyanin fez o anúncio em um comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram na segunda-feira.

A mídia russa citou os escritórios locais do Serviço Federal de Segurança (FSB) dizendo que regimes semelhantes foram cancelados nas regiões de Voronezh e Moscou.

Separadamente, o Comitê Nacional Antiterrorismo da Rússia disse que a situação no país era "estável".

"Estados Unidos não estão envolvidos"
O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou pela primeira vez sobre o assunto.

Para o democrata, o motim é parte de uma luta dentro do próprio sistema russo.

"Deixamos claro que não estávamos envolvidos, não tínhamos nada a ver com isso", disse Biden.

g1
Portal Santo André em Foco

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