O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, viajou para o Japão para participar da cúpula estendida do G7, grupo que reúne as maiores economias mundiais, e aguarda um encontro reservado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Zelensky solicitou uma reunião com o chefe do Palácio do Planalto ao Ministério das Relações Exteriores, mas ainda não houve uma resposta do governo brasileiro.
Lula também vai participar das reuniões da cúpula do G7, e um dos temas que pretende abordar nos encontros é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Por muito tempo, o presidente brasileiro manteve uma posição de neutralidade perante o conflito, mas tem mudado de comportamento e começado a culpar a Rússia pela invasão do território ucraniano.
O chefe do Executivo já chegou a dizer que a Ucrânia também é responsável pela guerra e afirmou que "quando um não quer, dois não brigam". Lula também criticou os países que disponibilizam armamento às forças de segurança ucranianas, entre eles os Estados Unidos. Segundo o petista, esse tipo de atitude acaba encorajando a manutenção do conflito e atrapalha a busca pela paz.
Criticado pela comunidade internacional por não assumir uma postura mais enfática em relação à Rússia, no mês passado Lula adotou um novo discurso sobre a guerra. Em visita oficial a Portugal, o presidente disse que "o Brasil compreende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa". "Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia", afirmou Lula em discurso na Assembleia da República Portuguesa.
Desde o início do mandato, Lula defende a formação de um grupo de países amigos com o objetivo de mediar a paz entre Rússia e Ucrânia. O presidente falou sobre isso com Zelensky durante uma conversa por videoconferência entre os dois, em março deste ano.
"Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém", destacou o chefe do Executivo após o diálogo com o ucraniano.
Decisões do G7 sobre a guerra
A cúpula do G7 deve aprovar duas resoluções relacionadas à guerra: uma apenas dos países que compõem o grupo (Japão, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) e outra que envolve os países convidados para o evento. Nos bastidores, a diplomacia brasileira trabalha para que o segundo texto não preveja uma medida mais enfática contra a Rússia.
Uma das solicitações brasileiras deverá ser a negociação de uma linguagem que seja compatível com a posição de todos os países envolvidos na cúpula, com neutralidade e ênfase na segurança alimentar, impactada pelo conflito no Leste Europeu.
"Nossa visão — e isso tem sido negociado no texto — é de que esse documento deve ser sobre a segurança alimentar, uma vez que esse será o tema principal a ser discutido entre os países. Nesse aspecto, são documentos bastante diferentes — o do G7 e o do G7 com os países convidados", afirmou o secretário de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio.
R7
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