O ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, declarou nesta terça-feira (7) que os Estados Unidos devem mudar sua atitude "distorcida" em relação à região asiática ou haverá um "conflito e confronto".
"Se os Estados Unidos não pisarem no freio e continuarem a acelerar no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento, que trará um conflito e confronto, que arcará em consequências catastróficas", declarou em entrevista coletiva de quase duas horas em que respondeu a perguntas enviadas com antecedência.
As relações entre as duas superpotências estão tensas há anos devido a uma série de questões, incluindo Taiwan, comércio e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, mas pioraram no mês passado depois que os Estados Unidos derrubaram um balão na costa leste dos EUA que diz ser chinês.
Gang afirmou que “a percepção e as visões dos EUA sobre a China estão seriamente distorcidas. [Os norte-americanos] consideram a China como seu principal rival e o maior desafio geopolítico”.
Os EUA, porém, dizem que estão estabelecendo barreiras para as relações e não estão buscando conflito.
“Os EUA afirmam que buscam competir com a China, mas não buscam conflito. Mas, na realidade, a chamada 'competição' dos EUA é contenção e repressão total, um jogo de soma zero de vida e morte”, declara o chanceler.
Ucrânia e Rússia
Ao longo da entrevista, Qin fez uma defesa robusta da "diplomacia do guerreiro lobo", uma postura assertiva e muitas vezes abrasiva adotada pelos diplomatas da China desde 2020.
"Quando chacais e lobos estão bloqueando o caminho e lobos famintos estão nos atacando, os diplomatas chineses devem dançar com os lobos e proteger e defender nossa casa e nosso país", afirmou o ministro.
Qin também delcarou que uma "mão invisível" pressionava pela escalada da guerra na Ucrânia "para servir a certas agendas geopolíticas", sem especificar a quem se referia. Os norte-americanos, em 18 de fevereiro de 2023, declararam que Vladimir Putin, presidente da Rússia, comete crimes contra a humanidade no país vizinho.
Segundo o ministro, a China precisa ampliar as relações com a Rússia à medida que o mundo se torna mais turbulento e as interações estreitas entre o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, e seu colega russo, Vladimir Putin, ancoraram as relações dos vizinhos.
Ele não respondeu quando perguntaram se Xi Jinping visitaria a Rússia após a sessão do parlamento da China, que dura mais uma semana.
Desde que a Rússia invadiu seu vizinho do sudoeste há um ano, o presidente da China conversou várias vezes com Putin, mas não com o ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Moedas
Questionado se é possível que a China e a Rússia abandonem o dólar e o euro para o comércio bilateral, o ministro disse que os países devem usar qualquer moeda que seja eficiente, segura e confiável.
A China tem procurado internacionalizar seu renminbi, ou o yuan, que ganhou popularidade na Rússia no ano passado depois que as sanções ocidentais fecharam os bancos russos e muitas de suas empresas fora dos sistemas de pagamento em dólar e euro.
"As moedas não devem ser o trunfo para sanções unilaterais, muito menos um disfarce para intimidação ou coerção", declarou Qin.
g1
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