Um homem matou um sacristão e feriu um sacerdote com um facão dentro de duas igrejas no sul da Espanha, segundo o Ministério do Interior do país.
Os ataques, inéditos no país europeu, ocorreram na noite de quarta-feira (25) em Algeciras, cidade no extremo sul da Espanha. O criminoso foi detido, e o caso é investigado como terrorismo.
Segundo o Ministério do Interior:
O homem entrou primeiro entrou na igreja de San Isidro e atacou com um facão um sacerdote, que ficou gravemente ferido e segue internado em um hospital da cidade;
Na sequência, o criminoso seguiu para outra igreja, a de Nossa Senhora de La Palma, onde esfaqueou o sacristão;
O sacristão conseguiu sair da igreja, mas foi alcançado pelo agressor do lado de fora e novamente esfaqueado;
Um comunicado da ordem religiosa dos salesianos falou de um terceiro ataque à "capela da Europa", também em Algeciras, mas sem feridos;
O homem foi detido por policiais logo depois e está preso;
O criminoso é um cidadão marroquino e atuou de maneira solitária. A imprensa local afirmou que ele tinha uma ordem de expulsão do país;
O governo espanhol disse ainda não saber a motivação do atentado.
Nenhum grupo terrorista havia reivindicado autoria do ataque até a última atualização desta notícia. Moradores do bairro em que o marroquino apresentava comportamentos agressivos e fundamentalistas nos últimos meses.
Em 2017, um atentado reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico no centro de Barcelona deixou 17 mortos e 140 feridos. Na ocasião, um homem invadiu com uma van o principal passeio público da capital catalã, atropelando centenas de pessoas.
Segundo a polícia, o agressor usava uma jelaba, peça de roupa tradicional da região do Magreb, no Norte da África, e "gritou algo" no momento do ataque.
Os três sobreviventes da célula terrorista foram condenados a oito, 46 e 53 anos de prisão.
Ainda assim, o caso já é investigado como terrorismo, segundo o Ministério Público espanhol, e já está na Audiência Nacional, um tribunal superior da Espanha responsável por julgar atos terroristas no país.
O ataque chocou a Espanha, que não tem registro de casos similares dentro de igrejas.
"Quero transferir minhas mais sinceras condolências aos familiares do sacristão falecido no terrível ataque de Algeciras", escreveu nas redes sociais o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
O presidente do governo regional da Andaluzia, no sul, Juan Manuel Moreno, descreveu o ataque como "terrível e devastador".
A Igreja Católica da Espanha se posicionou sobre o caso.
"Com dor, recebi a notícia dos acontecimentos em Algeciras. Neste momento de tristeza, de sofrimento, nos juntamos às dores das famílias das vítimas e da diocese de Cádiz e pedimos ao Deus da vida e da paz a pronta recuperação dos feridos", declarou o secretário-geral da Conferência Episcopal, Francisco César García Magán.
g1
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