Milhares de manifestantes devem protestar nesta quinta-feira (19) em Lima para pedir a renúncia da presidente do Peru, Dina Boluarte (entenda mais sobre os motivos da mobilização abaixo).
A polícia mobilizou 11.800 agentes em Lima para controlar os protestos marcados para a tarde.
O chefe da Região Policial de Lima, o general Víctor Zanabría, afirmou que eles contam com mais de 120 caminhões e 49 viaturas militares, além da participação das forças armadas.
Na quarta-feira, um confronto entre manifestantes e policiais em Macusani, no sul do Peru, deixou um morto e um gravemente ferido, informou em comunicado o hospital San Martín de Porres, em Macusani.
Com esta morte, sobe para 43 o número de óbitos desde o início da crise, em 7 de dezembro.
Segundo fotos divulgadas pela imprensa local, a delegacia da cidade foi incendiada durante os confrontos. Policiais foram resgatados de helicóptero, disse o canal de televisão N, sem mostrar imagens.
Tomar Lima
Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte e novas eleições no Peru. Eles esperam "tomar Lima" e causar impacto.
"Em Lima, a luta terá mais peso. Quando nos reprimem nas nossas regiões, ninguém fala nada", disse Abdon Félix Flores, de 30 anos, camponês que se diz pronto "para dar a vida". Ele deixou Andahuaylas no domingo (15), epicentro das manifestações de dezembro, para chegar a Lima na terça-feira.
Até o momento, não foi possível saber exatamente o alcance da manifestação e quantas pessoas chegaram a Lima.
Embora o governo tenha decretado estado de emergência por 30 dias no domingo em Lima, Cuzco, Callao e Puno, o sindicalista Gerónimo López, que convocou a greve, disse que os organizadores não solicitaram autorização para a manifestação.
"Não há autorização da polícia. Nunca se pede autorização para uma manifestação social, não é uma obrigação que nos autorizem", afirmou, apesar de o estado de emergência suspender as liberdades de reunião e de circulação, além de permitir a intervenção do Exército para manter a ordem.
"É uma manifestação justa e democrática dos cidadãos que chegaram das regiões e também daqui, de Lima, onde pedem a renúncia imediata de Dina Boluarte, a convocação de novas eleições para este ano de 2023 e o fechamento do Congresso", disse ele.
"É uma greve cívica popular nacional com manifestações pacíficas de organizações de diferentes regiões, evitando qualquer ato de vandalismo", afirmou.
France Presse
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