Trens parados, escolas fechadas, centenas de milhares de manifestantes nas ruas. A França viveu nesta quinta-feira (19) um dia de protestos em massa contra o impopular adiamento da idade de aposentadoria para os 64 anos, que põem à prova a credibilidade política do presidente francês, Emmanuel Macron.
"Quando todos os sindicatos estão de acordo, algo pouco comum, é porque o problema é muito grave", disse à rede Pública Sénat o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez.
A reforma da Previdência é uma das principais medidas que o presidente francês, de 45 anos, prometeu durante a campanha que levou à sua reeleição em abril, após um primeiro projeto em 2020 que precisou abandonar, devido à chegada da pandemia da Covid-19.
Depois de anos de crise (protesto social dos coletes amarelos, pandemia, inflação), o jornal "Le Parisien" destaca que a reforma representa um "teste decisivo" para Macron sobre seu mandato e sobre "a marca que deixará na história".
O presidente, que se encontra nesta quinta-feira em Barcelona, na Espanha, para uma cúpula franco-espanhola, tentou enfraquecer a frente sindical no dia anterior, considerando que há sindicatos que "convocam protestos num marco tradicional" e outros que querem "bloquear o país".
Veja alguns pontos da reforma que enfureceu parte dos franceses:
A primeira frente sindical unitária desde 2010, quando tentou em vão impedir o aumento da idade de aposentadoria de 60 para 62 anos por parte do governo do presidente conservador Nicolas Sarkozy, espera agora levar um milhão de manifestantes às ruas.
Toulouse já registrou 36.000 manifestantes; Marselha, 26.000; Nantes, 25.000; e Lyon, 23.000; conforme alguns números preliminares divulgados pelas autoridades.
É possível alcançar o sucesso de 1995?
Presente no imaginário coletivo, esse intenso protesto durante o inverno, que deixou metrôs e trens parados nas plataformas por mais de três semanas, foi o último a paralisar uma reforma da Previdência.
O ministro Clément Beaune já avisou que hoje seria um dia "infernal" nos transportes e pediu aos cidadãos que trabalhem de casa. Muitos também terão de cuidar dos filhos, já que 70% dos professores entraram em greve, segundo os sindicatos.
"Vou trabalhar de casa, já que, com as greves, não posso correr o risco", disse Abdou Syll, um consultor que precisa cruzar a região de Paris para ir até o escritório.
Em Barcelona, onde participou de uma cúpula com o presidente espanhol Pedro Sánchez, Emmanuel Macron defendeu uma reforma "justa e responsável" e pediu que as manifestações acontecessem "sem desordem, violência, ou destruição".
France Presse
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