O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja comemorar o segundo aniversário do ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio com uma cerimônia na Casa Branca, de acordo com um cronograma divulgado por seu gabinete nesta segunda-feira (02).

O evento de sexta-feira marcará um raro momento para Biden abordar as questões alimentadas pelo motim mortal de apoiadores de seu antecessor republicano, Donald Trump, ao vivo. Os ataques interromperam a cerimônia da vitória democrata em 2020.

Biden condenou o motim como uma ameaça à democracia e ao estado de direito, mas raramente fala publicamente sobre o nome de seu antecessor e moldou sua presidência para unir e curar as divisões partidárias do país.

Prestes a entrar em seu terceiro ano no cargo, Biden disse que pretende buscar outro mandato de quatro anos, mas não formalizou sua candidatura.

Trump, que nunca admitiu derrota nas eleições de 2020, já anunciou que busca a indicação de seu partido novamente em 2024.

No mês passado, o painel da Câmara dos Representantes dos EUA, liderado pelos democratas, que investiga o ataque de 2021, pediu aos promotores federais que acusassem Trump de quatro crimes, incluindo obstrução e insurreição. Foi a primeira vez na história que o Congresso indicou um ex-presidente para processo criminal.

Trump, que está enfrentando duas outras investigações federais, rejeitou a investigação da Câmara como partidária.

O ex-presidente fez um discurso inflamado para seus apoiadores na manhã de 6 de janeiro de 2021 e repreendeu publicamente o então vice-presidente Mike Pence por não concordar com seu esquema de rejeitar as cédulas lançadas para Biden.

Trump, então, esperou horas até fazer uma declaração pública enquanto milhares de seus apoiadores se enfureciam pelo Capitólio, agredindo a polícia e ameaçando enforcar Pence.

Cinco pessoas, incluindo um policial, morreram durante ou logo após o incidente e mais de 140 policiais ficaram feridos. O Capitólio sofreu um prejuízo de milhões de dólares em danos.

"Um ex-presidente dos Estados Unidos da América criou e espalhou uma teia de mentiras sobre a eleição de 2020. Ele o fez porque valoriza o poder acima do princípio", disse Biden em um evento no Capitólio no ano passado marcando o evento, nunca falando nome de Trump. "Ele não pode aceitar que perdeu."

A agenda de Biden dizia que a cerimônia de sexta-feira aconteceria na Sala Leste da Casa Branca. Não foram fornecidos mais detalhes.

Reuters
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