Novembro 23, 2024

Primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte renuncia e culpa Matteo Salvini por derrubar governo

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (20) atribuindo-a à Liga, partido da extrema-direita que formava a coalizão de governo, que decidiu apresentar uma moção de desconfiança. Ele acusou o ministro do Interior, Matteo Salvini, de arruinar a coalizão e arriscar a economia do país por interesses pessoais e políticos.

Dirigindo-se ao Parlamento após o recesso de verão para decidir o futuro do governo, Conte acusou o líder da Liga de se aproveitar da própria popularidade.

"(Salvini) tem demonstrado que está seguindo os próprios interesses e os de seu partido", disse Conte ao Senado, enquanto Salvini sentava a seu lado com expressão impassível. "Suas decisões trazem sérios riscos a este país."

Conte, que não pertence aos partidos da coalizão, deve formalizar a renúncia ainda nesta terça-feira, levando o presidente da Itália a iniciar consultar formais com os partidos para avaliar se uma nova coalizão pode se formar.

Caso essa possibilidade não se concretize, o presidente italiano, Sergio Mattarella, dissolveria o Parlamento.

Sentado próximo a Conte, também estava Luigi Di Maio, chefe do Movimento 5-Estrelas, que foi caracterizado como obstrucionista por Salvini nos últimos 12 dias, desde que ele desistiu da coalizão.

Salvini exige eleições antecipadas, três anos e meio antes do previsto, confiante de que sua crescente popularidade o leve a ser o novo primeiro-ministro da Itália e transforme o 5-Estrelas, ex-parceiro de coalizão, em opositor.

Mais cedo, nesta terça. Luigi Di Maio já tinha sinalizado que a coalizão que está no poder iria acabar. Di Maio agradeceu a Conte, por seu tempo no cargo.

"Aconteça o que acontecer, queria lhe dizer que foi uma honra trabalhar junto nesse governo", disse Di Maio, que atuava como vice-premiê no gabinete.

O líder do 5 estrelas disse que os parlamentares de seu movimento ficarão ao lado de Conte, um professor de Direito sem filiação política. "Cada um de nós sabe que estamos do lado certo da história", disse Di Maio em uma postagem em uma rede social.

"A Liga terá que responder por sua decisão errada de pôr tudo abaixo, abrindo uma crise de governo no meio de agosto, só para cortejar votos", acrescentou.

G1
Portal Santo André em Foco

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