O primeiro-ministro britânico Boris Johnson, enfraquecido pelo escândalo das festas em Downing Street, sua residência oficial, durante os confinamentos da pandemia do coronavírus, será submetido nesta segunda-feira (6) a um voto de confiança dos deputados do Partido Conservador. O caso recebeu o nome de "Partygate".
"Foi superada a barreira de 15% de parlamentares que pedem um voto de confiança no líder do Partido Conservador", anunciou em um comunicado Graham Brady, presidente da Comissão de Organização Interna.
O processo acontecerá entre 18h e 20h locais (14h e 16h no horário de Brasília). O partido precisava que ao menos 54 parlamentares, 15% de seus 359 membros, solicitassem a votação por meio de cartas para ela ocorrer.
"Os votos serão apurados logo em seguida. O anúncio será feito em momento a ser avisado", completou Brady.
Se 180 parlamentares (maioria simples) votarem contra a permanência de Johnson como primeiro-ministro, o partido organizará uma eleição interna para designar um novo líder da Grã-Bretanha. Se o número de votos suficiente não for alcançado, ele não poderá ser objeto de outra votação similar durante um ano.
O político foi recebido com um coro de vaias e alguns aplausos abafados em eventos para celebrar o Jubileu de Platina da rainha Elizabeth 2ª nos últimos dias.
Nesta segunda-feira, Johnson também foi atacado pelo ex-aliado Jesse Norman, que disse que a permanência do primeiro-ministro no poder insultou tanto o eleitorado quanto o partido.
Jeremy Hunt, ex-ministro da Saúde que concorreu contra Johnson pela liderança dos conservadores nas eleições de 2019, afirmou que o partido sabia que seu trabalho estava decepcionando o país. "A decisão de hoje é mudar ou perder", disse ele. "Vou votar pela mudança."
O chefe anticorrupção de Johnson, John Penrose, deixou o cargo. "Acho que acabou. Agora parece uma questão de quando e não se", disse ele à Sky News, ao ser questionado sobre o futuro de Johnson.
Um porta-voz do gabinete de Downing Street afirmou que a votação é uma oportunidade de "pôr um ponto-final e seguir adiante".
"O primeiro-ministro agradece a oportunidade de expor seu caso aos parlamentares e vai recordá-los que, quando estamos unidos e concentrados nas causas que importam aos nossos eleitores, não há uma força política mais formidável", disse o porta-voz.
O escândalo das festas organizadas durante os confinamentos, que começaram há seis meses, aumentou na semana passada após a publicação de um relatório administrativo que detalhou a dimensão das violações das regras anti-Covid em Downing Street, o que provocou novos pedidos de renúncia de Johnson.
R7
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