Novembro 28, 2024

Na Suíça, Queiroga defende sistemas nacionais de saúde para 'emergências sanitárias'

No discurso de abertura da 75ª AMS (Assembleia Mundial da Saúde), em Genebra, na Suíça, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde como “pilar principal” para o enfrentamento de emergências sanitárias. Ele afirmou que a estrutura do modelo brasileiro permitiu que o país pudesse aumentar a capacidade de atendimento e reduzir os efeitos da pandemia de Covid-19.

“O Brasil, consoante o defendido nesta assembleia, tem um dos maiores sistemas de acesso universal do mundo. Durante a pandemia, investimos mais de US$ 110 bilhões no nosso SUS, o que permitiu triplicar nossa capacidade de vigilância e ampliar a atenção primária e especializada à saúde."

Em seu pronunciamento, Queiroga não mencionou as estatísticas sobre a Covid-19 no Brasil. O país é o segundo do mundo em número absoluto de mortes pela doença. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), houve mais de 665 mil mortes pela doença desde o início da pandemia. Apenas os Estados Unidos tiveram mais óbitos: 993 mil, segundo a OMS. Em terceiro lugar aparece a Índia, com 524 mil mortes.

Em número de casos, o Brasil ocupa a terceira posição, com 30,7 milhões de confirmações. Nesse quesito, Estados Unidos (82,1 milhões) e Índia (43,1 milhões) lideram o ranking, de acordo com a organização.

A Assembleia Mundial da Saúde é organizada pela OMS para debater temas como estratégias de combate a doenças e respostas às emergências de saúde pública. O evento reúne ministros de países-membros da entidade.

Neste domingo (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a pandemia de Covid-19 "certamente não acabou", apesar de um declínio nos casos relatados desde o pico da variante Ômicron. Ele afirmou aos governos que "baixamos a guarda por nossa conta e risco". "Reduzir os testes e o sequenciamento significa que estamos nos cegando para a evolução do vírus", disse. Ele também observou que quase 1 bilhão de pessoas em países de baixa renda ainda não foram vacinadas.

Queiroga começou seu discurso dizendo que o governo brasileiro “defende, de forma intransigente, a vida desde a concepção, a liberdade, a paz e o respeito à soberania dos estados”. Ele afirmou que o presidente Jair Bolsonaro atuou para preservar vidas, “conciliando o equilíbrio econômico e a justiça social”. O ministro também declarou que o governo combateu a corrupção, “que retira oportunidades de os cidadãos acessarem o sistema de saúde, impedindo a realização de políticas públicas essenciais”.

Vacinas e investimento
Queiroga falou sobre o sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, mencionando que o país imunizou cerca de 80% da população (com o esquema vacinal primário – duas doses). O ministro disse que foram adquiridos 650 milhões de doses de vacinas.

“Avançamos na aplicação das doses de reforço e temos vacinas para garantir aos brasileiros o acesso livre a essa importante política de saúde. No último ano, reduzimos em 90% o número de óbitos”, afirmou.

Queiroga defendeu o “acesso justo e equitativo às vacinas”, dizendo que o Brasil doou 5,6 milhões de doses e 86 milhões de dólares “para nos somarmos aos esforços da OMS na ampliação da cobertura global de vacinação contra a Covid-19”.

Ele também destacou o investimento na produção de vacinas e tratamentos em solo nacional, afirmando que houve lucros expressivos da indústria. “É imperativo que tenhamos, em curto prazo, vacinas ainda mais seguras, eficazes e custo-efetivas que garantam mais proteção diante de novas variantes do vírus.”

Queiroga disse que o Brasil vai atuar para ampliar o acesso “justo e equitativo” a terapias para conter a progressão da Covid-19. O ministro não mencionou quais são os métodos disponíveis.

Assembleia
A 75ª edição da Assembleia Mundial de Saúde acontece entre 22 e 28 de maio. O tema deste ano é Saúde pela Paz, Paz pela Saúde. Haverá a nomeação do próximo diretor-geral da OMS e estão previstas também discussões em torno do novo tratado sobre pandemias e o fortalecimento do Regulamento Sanitário Internacional.

No evento são discutidas estratégias globais de segurança alimentar, saúde bucal e pesquisa e inovação em tuberculose. Na última sexta-feira (20), a OMS publicou uma compilação anual de estatísticas de saúde para os 194 Estados-membros. O Relatório de Resultados 2020-2021, também publicado antes da AMS, resume as realizações e os desafios da organização na implementação do orçamento-programa. Os dois documentos servem como subsídio para os debates do encontro.

O evento é aberto a países-membros, observadores, representantes convidados da ONU, outras organizações intergovernamentais e atores não estatais. Delegados da assembleia, agências parceiras, representantes da sociedade civil e especialistas da OMS também discutem prioridades para a saúde pública em uma série de mesas-redondas estratégicas.

R7
Portal Santo André em Foco

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