O Kremlin disse, nesta segunda-feira (23), que o Ocidente havia desencadeado uma crise alimentar global ao impor as sanções mais severas da história moderna à Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
A guerra, e a tentativa do Ocidente de isolar a Rússia como punição, fez com que o preço dos grãos, do óleo de cozinha, dos fertilizantes e da energia subisse.
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse na quarta-feira (18) que estava em intenso contato com Rússia, Ucrânia, Turquia, Estados Unidos e União Europeia em um esforço para restaurar as exportações de grãos da Ucrânia, à medida que a crise alimentar global se agrava.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o Kremlin havia concordado com a avaliação das Nações Unidas de que o mundo enfrenta uma crise alimentar que poderá causar fome.
"A Rússia sempre foi um exportador de grãos bastante confiável", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Nós não somos a fonte do problema. A fonte do problema que leva à fome no mundo são aqueles que impuseram sanções contra nós e as próprias sanções", completou.
A Rússia e a Ucrânia, juntas, são responsáveis por quase um terço do abastecimento mundial de trigo.
A Ucrânia também é um grande exportador de milho, cevada, óleo de girassol e óleo de colza, enquanto a Rússia e Belarus, que apoiou Moscou na guerra e também está sob sanções, respondem por mais de 40% das exportações globais de potássio, usado em fertilizantes.
As Nações Unidas disseram que 36 países importam mais da metade de seu trigo da Rússia e da Ucrânia. Desses, alguns dos mais pobres são Líbano, Síria, Iêmen, Somália e República Democrática do Congo.
O Kremlin disse que a Ucrânia havia impossibilitado a navegação comercial ao instalar minas explosivas em suas águas.
A Ucrânia perdeu alguns de seus maiores portos marítimos, como Kherson e Mariupol, para a ocupação russa e teme que Moscou possa tentar tomar um terceiro porto, o de Odessa.
Peskov disse que a Rússia não havia impedido a Ucrânia de exportar grãos para a Polônia por via ferroviária, um método muito mais lento, apesar do fato de o Ocidente estar enviando armas na direção oposta.
Um funcionário da agência de alimentos das Nações Unidas disse há duas semanas que quase 25 milhões de toneladas de grãos estavam presos na Ucrânia devido a desafios de infraestrutura e bloqueio dos portos marítimos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou a Rússia, na quinta-feira, de usar alimentos como arma, fazendo "reféns" não só os ucranianos, mas também milhões de pessoas em todo o mundo.
Reuters
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