A indignação se espalhou mundo afora nesta segunda-feira (4) devido ao assassinato de civis no norte da Ucrânia, com a divulgação de fotos de cadáveres amarrados e uma vala comum em áreas retomadas pelo Exército ucraniano, enquanto os combates se intensificavam no sul e no leste do país.
Taras Shapravskyi, vice-prefeito de Bucha, cidade cerca de 40 km a noroeste de Kiev, disse que 50 dos cerca de 300 corpos encontrados após a retirada das forças do Kremlin no fim da semana passada eram de vítimas de execuções extrajudiciais realizadas por tropas russas.
Autoridades ucranianas disseram estar investigando possíveis crimes de guerra no local, descrição também usada pelo presidente francês Emmanuel Macron. O Kremlin negou categoricamente quaisquer acusações relacionadas ao assassinato de civis na cidade.
A Reuters não pôde verificar independentemente o número de mortos ou os responsáveis.
Mas repórteres da Reuters em Bucha viram um homem estirado na beira de uma estrada com as mãos amarradas nas costas e um ferimento de bala na cabeça. Uma vala comum em uma igreja permanecia aberta e viam-se mãos e pés para fora da terra.
As fotos da destruição e da morte de civis em Bucha podem levar os Estados Unidos e a Europa a efetuar novas sanções contra Moscou.
As imagens também devem ofuscar as negociações de paz por videoconferência entre a Rússia e a Ucrânia previstas para esta segunda-feira (4), em meio ao cenário de bombardeios de artilharia no sul e no leste da Ucrânia, onde a Rússia diz que agora está concentrando suas operações após se retirar de Kiev.
A televisão ucraniana mostrou tanques de combustível fumegantes e caminhões de bombeiros perto da cidade portuária de Odessa, no mar Negro. A Rússia disse que havia destruído uma refinaria de petróleo usada por militares ucranianos.
Em Mariupol, outro município portuário estratégico no sul que está sob cerco e é bombardeado há semanas, restos de prédios residenciais e outros edifícios cercados por poeira de cimento branco e detritos dominavam o horizonte, de acordo com imagens da Reuters.
A Ucrânia diz que retirou, nos últimos dias, milhares de civis da cidade, um dos principais alvos da atual ofensiva da Rússia e cercada por áreas nas mãos de separatistas apoiados pela Rússia, na região de Donbass.
O comando militar do país informou que cerca de 60 mil reservistas russos haviam sido convocados para reforçar a ofensiva. A inteligência militar britânica também afirmou que tropas russas, inclusive contratados da empresa militar privada Wagner, estavam se movendo para o leste.
A Reuters não pôde confirmar de forma independente as alegações. Correspondentes da agência viram comboios de veículos blindados pertencentes às forças pró-Rússia perto de Mariupol.
Reuters
Ex-prefeito de Santo André/PB
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.