A Pfizer anunciou, nesta sexta-feira (5), que seu comprimido experimental contra a Covid-19 reduziu o risco de hospitalização ou morte pela doença em 89%.
Os dados são resultados preliminares, que ainda não foram revisados por outros cientistas nem publicados em revista – a Pfizer divulgou as informações em um comunicado à imprensa. O diretor da empresa também declarou que o sucesso do comprimido não é motivo para não se vacinar contra a Covid-19.
Veja os principais pontos até agora:
As pessoas participantes tiveram o diagnóstico da Covid-19 confirmado em laboratório em um período de cinco dias com sintomas leves a moderados, e eram obrigadas a ter pelo menos uma comorbidade associada a um risco aumentado de desenvolver a forma grave da Covid -19. O comprimido foi dado aos pacientes a cada 12 horas por 5 dias.
“Esperávamos ter algo extraordinário, mas é raro ver ótimas drogas surgirem com quase 90% de eficácia e 100% de proteção contra a morte”, disse Mikael Dolsten, diretor científico da Pfizer, em uma entrevista à agência de notícias americana Associated Press.
A farmacêutica informou que pretende enviar os dados à agência regulatória americana, a FDA, "o mais rápido possível".
Os testes foram de fases 2 e 3, conduzidas ao mesmo tempo. Nessas etapas, os cientistas testam a segurança e a eficácia de um medicamento em média (fase 2) e larga escala (fase 3).
O planejamento da Pfizer era de que os ensaios fossem ter mais pacientes, mas a farmacêutica parou o recrutamento antes do previsto, dado que foi constatado o efeito benéfico do medicamento. Esse procedimento é padrão quando os resultados provisórios mostram um benefício claro.
'Devemos tomar a vacina', diz diretor
O diretor da Pfizer, Albert Boula, declarou, em entrevista à CNBC nesta sexta (5), que o sucesso inicial do comprimido não é motivo para não se vacinar contra a Covid-19.
“O fato de termos um tratamento não é de jeito nenhum razão para não tomarmos a vacina. Na verdade, devemos tomar a vacina”, disse Bourla.
"Infelizmente, alguns contrairão a doença [mesmo vacinados]", explicou o diretor. O comprimido é justamente para esses casos.
Como o comprimido age?
O Paxlovid é um antiviral experimental que bloqueia uma enzima que o coronavírus precisa para se replicar. O remédio faz parte de uma classe de medicamentos chamada de inibidores de protease, que revolucionaram o tratamento do HIV e da hepatite C.
O comprimido foi dado aos pacientes junto com uma dose baixa de outro antiviral, esse já conhecido: o ritonavir. Esse segundo remédio ajuda a desacelerar o metabolismo ou a quebra do Paxlovid, para que ele permaneça ativo no corpo por períodos mais longos em concentrações mais altas, para ajudar a combater o vírus.
O ritonavir é também é usado em combinação com o antiviral lopinavir para tratamento do HIV, em um medicamento conhecido como Kaletra. A combinação desses dois antivirais chegou a ser testada em ensaios clínicos da OMS contra o coronavírus, mas foi descartada.
Comprimido da Merck
Na quinta-feira (4), o Reino Unido foi o primeiro país a conceder autorização condicional ao comprimido da farmacêutica Merck, conhecida no Brasil como MSD.
No início de outubro, a farmacêutica havia anunciado que seu comprimido experimental contra a Covid-19, o molnupiravir, havia reduzido as hospitalizações e mortes em pessoas no início da infecção com o coronavírus.
Nos testes, pacientes que receberam o molnupiravir em até 5 dias após o início dos sintomas da Covid tiveram cerca de metade da taxa de hospitalização e morte em relação aos pacientes que receberam um comprimido inativo.
g1
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