Andrew Cuomo, ex-governador de Nova York que renunciou há dois meses em meio a um escândalo sexual, foi indiciado na quinta-feira (28) nos Estados Unidos pelo delito sexual de "toque forçado".
O indiciamento diz que o então governador de Nova York colocou a mão dentro da camisa de uma das vítimas e apertou o seu seio esquerdo, na mansão executiva do governador, em 7 de dezembro de 2020.
Esse é o primeiro processo formal movido contra Cuomo, que era um poderoso político do Partido Democrata mas caiu em desgraça em meio às denúncias de assédio sexual de diversas mulheres.
Segundo o código penal dos EUA, "toque forçado" é um delito leve (uma contravenção penal) em que a pena máxima é de até um ano de prisão e até três anos de liberdade condicional. A Justiça também pode impor penas menores, incluindo a não prisão do condenado.
A queixa, de uma página, foi apresentada pelo gabinete do xerife do condado de Albany direto no tribunal local. A procuradoria se disse surpreendida com a ação da polícia e o advogado da vítima disse que ela não teve a chance de decidir se queria prosseguir com o caso.
"Ficamos surpresos ao saber hoje que uma queixa criminal foi apresentada no tribunal da cidade de Albany pelo gabinete do xerife do condado de Albany contra Andrew Cuomo", disse o promotor do distrito, David Soares, em um comunicado. "Nosso escritório não comentará mais sobre este caso".
A advogada de Cuomo, Rita Glavin, disse que o ex-governador é inocente e questionou a forma como o xerife Craig Apple estava lidando com o caso, dizendo que ele "nem mesmo disse ao promotor o que estava fazendo". "Isso não é aplicação profissional da lei. Isso é política".
O tribunal de Albany convocou o ex-governador a se apresentar à Justiça em 17 de novembro.
As acusações contra Cuomo
Andrew Cuomo, de 63 anos, renunciou em agosto após uma investigação preliminar da promotoria concluir que o então governador assediou sexualmente 11 mulheres, incluindo ex-funcionárias.
Ele refuta todas as acusações e diz ser vítima de vingança política, mas a pressão foi tão grande pela sua renúncia que até o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu que o colega de partido renunciasse.
De herói a vilão
Cuomo havia conquistado a simpatia e a admiração da população no ano passado, pela forma como lidou com a pandemia no estado, e viu sua popularidade disparar.
O político chegou a ganhar um Emmy por seus pronunciamentos diários a respeito da Covid-19, mas a Academia Internacional de TV retirou o prêmio após ele renunciar em meio às acusações de assédio.
g1
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