A Colômbia prendeu 10 pessoas acusadas de envolvimento em ataques no mês passado a um helicóptero que transportava o presidente Iván Duque e a uma base militar, que autoridades disseram nesta quinta-feira (22) terem sido planejados por ex-líderes rebeldes das Farc baseados na Venezuela.
O carro-bomba na base da cidade de Cúcuta, no nordeste do país, onde fica a 30ª Brigada do Exército, feriu 44 pessoas, incluindo dois conselheiros militares dos EUA. No final de junho, um helicóptero que se aproximava da cidade com Duque e outras autoridades a bordo foi metralhado.
As 10 pessoas presas na província do Norte de Santander são ex-rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que rejeitam um acordo de paz de 2016, disse o procurador-geral Francisco Barbosa em entrevista coletiva.
Eles pertenceriam à 33ª frente dos dissidentes e três deles participaram do planejamento e execução de ambos os ataques e foram detidos e acusados, enquanto outro é capitão da reserva do Exército, segundo Barbosa.
As ordens para realizar os ataques vieram de ex-líderes das Farc que operam na Venezuela, afirmou o ministro da Defesa, Diego Molano. Ele disse que os ataques demonstram que o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, abrigou dissidentes das Farc, referindo-se a eles como "terroristas".
“É claro que este ataque contra o presidente, contra a 30ª Brigada, foi planejado da Venezuela”, disse Molano.
O governo da Colômbia acusa Maduro, já há alguns anos, de fechar os olhos para a presença de rebeldes colombianos no território de seu país. Maduro, por sua vez, alega que a Venezuela é vítima de criminosos da Colômbia.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, respondeu no Twitter, acusando Molano de apontar para a Venezuela em uma tentativa de desviar a atenção dos problemas internos da Colômbia.
“Mais uma vez eles usam a Venezuela para tentar esconder a tragédia de seu país”, disse, acrescentando que a Colômbia está repleta de violência e grupos armados, com uma economia dependente do tráfico de drogas.
Reuters
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