No Chile, onde, no domingo (19), houve prévias para decidir quem serão os candidatos à presidência em 21 de novembro, dois candidatos jovens e que representam uma renovação da política.
O deputado Gabriel Boric, um ex-líder estudantil, será o candidato da esquerda, e Sebastián Sichel, um ex-ministro que concorre de forma independente, vai concorrer pela direita. Os dois são considerados políticos de centro dentro de seus espectros ideológicos.
Boric, do partido Convergência Social, venceu com 60,42% de apoio. Foi uma vitória inesperada, pois o representante do Partido Comunista, Daniel Jadue, era considerado o favorito.
"Não tenham medo da juventude para mudar este país", disse Boric ao celebrar sua vitória em Santiago. Com 35 anos, ele será o candidato à presidência mais jovem da história do Chile.
Boric se tornou conhecido como líder das manifestações que pediram educação gratuita a partir de 2011. Ele é deputado desde 2014 pela zona de Punta Arenas, sul do Chile, e em março anunciou a candidatura presidencial por seu partido e pela Frente Ampla, a coalizão que integra com outras formações de esquerda.
Ele foi um dos signatários em 15 de novembro de 2019 no Congresso do acordo para a redação de uma nova Constituição, uma demanda dos protestos iniciados em outubro do mesmo ano.
A vitória de Sichel (49,08% dos votos) no campo da direita foi menos surpreendente. Ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo do presidente Sebastián Piñera, como candidato independente ele superou Joaquín Lavín (31,31%), que é do partido União Democrata Independente (UDI).
"Agora o 'Chile Vamos' é um só. Somos uma coalizão que se prepara para vencer a eleição presidencial", afirmou Sichel, de 43 anos, em referência ao pacto de direita do governo de Piñera, que desde a explosão social de outubro de 2019 sofreu uma considerável perda de popularidade.
Ficaram de fora das primárias de centro-esquerda a Democracia Cristã, o Partido Socialista e o Partido Pela Democracia. Os aliados na 'Concertación', a coalizão de partidos tradicionais de esquerda que governou o Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990, perderam o apoio histórico entre o eleitorado progressista desde a crise social iniciada em 2019.
Primárias durante a Constituinte
As primárias aconteceram em um clima de ebulição política após a instalação, em 4 de julho, da Convenção Constitucional, que tem a missão de escrever uma nova Constituição, que vai substituir a Carta atual, herdada da ditadura (1973-1990), e que colocou em xeque a política tradicional com a entrada no cenário de independentes e grupos cidadãos, em sua maioria de centro-esquerda.
O Chile está mergulhado em uma dinâmica eleitoral iniciada em 25 de outubro de 2020 com o plebiscito constitucional. Em maio, os chilenos voltaram às urnas para eleger prefeitos, vereadores, governadores regionais e os 155 constituintes.
G1
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