O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil não é um “problema” para os Estados Unidos no contexto das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano. Segundo ele, a relação comercial entre os países é superavitária para os EUA, ou seja, eles exportam mais do que importam.
“Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. O Brasil não é problema”, declarou Alckmin.
O vice-presidente também garantiu que equipes do governo brasileiro já iniciaram negociações para tentar minimizar os impactos das novas tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a uma rádio, em meio à escalada de tensão com o chamado “tarifaço” promovido pelos EUA.
Nesta semana, o presidente Donald Trump assinou ordens executivas adiando para 2 de abril a aplicação de tarifas sobre o México e o Canadá. A isenção vale para produtos já listados no acordo de livre comércio entre os países. No entanto, as sobretaxas sobre aço e alumínio foram mantidas.
Nesse caso, a tarifa de 25% impacta principalmente, Canadá, Brasil e México, visando tentar equilibrar as parcerias comerciais. Segundo o Banco Mundial, os Estados Unidos são os maiores importadores de alumínio do mundo e o segundo maior comprador de aço.
O professor de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF), Viterio Brustolin, afirma que a situação reforça a necessidade de negociações entre Brasil e Estados Unidos para minimizar os impactos econômicos.
Ele alerta que a taxação pode trazer dificuldades para o setor siderúrgico brasileiro, já que o Brasil tem poucos mercados alternativos para exportar esses metais. “Países da Europa enfrentam recessão, e a China, que tem uma grande produção de aço, importa apenas minério de ferro do Brasil. Os EUA, por outro lado, são o principal destino do aço semifaturado brasileiro”, explicou Brustolin.
Em 2023, o Brasil exportou para os Estados Unidos US$ 2,8 bilhões (R$ 16,29 bilhões, na cotação atual) em aço e US$ 900 milhões (R$ 5,24 bilhões) em alumínio.
A expectativa, segundo o professor, é de que os EUA ainda precisarão importar aço e alumínio do Brasil. “Para a indústria siderúrgica americana fornecer tudo o que o país precisa, seriam necessários de três a sete anos”, concluiu Brustolin.
R7
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