O partido de extrema-direita na França, o Reagrupamento Nacional (RN) da líder Marine Le Pen, sofreu uma derrota no domingo (20) no primeiro turno das eleições regionais na França. O segundo turno está marcado para o próximo domingo.
A centro-direita teve uma vitória cômoda. O resultado pode ser um sinal do do momento político do país, que terá eleições presidenciais de 2022.
No domingo, houve disputas em 13 regiões do país. O partido Os Republicanos, de centro-direita, foi o primeiro colocado em seis das eleições. Os socialistas ficarem em primeiro em outras cinco.
Partido de Macron
Com quatro anos de existência, o partido A República Em Marcha, do atual líder da França, Emmanuel Macron, não conseguiu se impor em nível regional, mas pode ser decisivo até o segundo turno para impedir a ascensão da ultradireita. "Claro que estamos decepcionados com esse resultado", disse o chefe do partido presidencial, Stanislas Guerini, à rádio RTL.
O partido de Macron esperava obter 15% dos votos, mas foi escolhido por 10% dos eleitores. Ele foi eliminado do segundo turno em Occitane, Auvergne-Rhône-Alpes e, principalmente, em Hauts-de-France.
Embora o Executivo tenha insistido em que não se submeteria aos resultados, a questão de uma reformulação ministerial volta à mesa, principalmente porque 15 ministros eram candidatos.
Extrema-direita
Nas eleições regionais anteriores, em 2015, o partido de Marine Le Pen, o Reagrupamento Nacional (RN), havia vencido em seis regiões. O RN foi para o segundo turno em um número importante de regiões, mas não parece ter condições de vencer em nenhuma no próximo domingo, quando acontece a votação final.
O partido se vê prejudicado pelo sistema de votação, e enfrenta há décadas a hostilidade de outros partidos, que costumam criar uma frente unida contra ele sempre que há segundo turno.
Os ecologistas (EELV), que tiveram um bom desempenho nas eleições municipais de 2020, somariam apenas 12% dos votos em nível nacional, segundo diferentes pesquisas.
Abstenção recorde
A votação foi marcada por uma abstenção recorde, de mais de 66%. "O nível de abstenção é particularmente preocupante", declarou o ministro do Interior, Gérald Darmanin.
"Podemos falar em um colapso da participação eleitoral", resumiu o cientista político Bruno Cautrès, pesquisador do Cevipof, citando como motivos "um efeito Covid muito importante", mas também a "ausência quase total de uma campanha sobre os temas de regionalização".
"É um tapa na cara de toda a classe política", disse Philippe Moreau-Chevrolet, professor de Comunicação Política na escola Sciences Po.
Eleições presidenciais em 2022
Os franceses começaram a mudar o contorno da eleição presidencial de maio de 2022.
Um duelo entre o centrista Emmanuel Macron e Marine Le Pen não é mais uma certeza. Macron poderá enfrentar no segundo turno um candidato de direita, e o político que sai deste primeiro turno com a melhor credencial para este desafio é Xavier Bertrand, do LR, ex-ministro do Trabalho e da Saúde no governo de Nicolas Sarkozy.
G1
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