Uma embarcação retomou nesta segunda-feira (14) a busca no mar por Ana, de apenas 14 meses, que desapareceu no final de abril junto com a sua irmã Olivia, de 6 anos. Elas foram levadas pelo pai em Tenerife, na Espanha, sem a autorização da mãe.
O corpo de Olivia Gimeno Zimmermann foi encontrado a mil metros de profundidade no mar, dentro de uma mala presa a uma âncora, na quinta-feira (11). O pai, Tomás Gimeno, é o principal suspeito do crime e está foragido.
Outra bolsa semelhante foi encontrada por um navio de pesquisa oceanográfica especial, que auxilia nas buscas, mas segundo a Guarda Civil espanhola estava vazia. Um robô subaquático também é utilizado na operação.
A polícia diz que, antes de desaparecer com as crianças, Gimeno fez uma última ligação para a mãe, de quem estava separado, "com um tom de despedida". A suspeita é que ambas foram assassinadas para causar uma "dor desumana em sua ex-companheira".
O crime chocou a Espanha e causou uma onda de protestos em diversas cidades, convocados por coletivos feministas para repudiar os crimes.
Em uma carta aberta publicada no fim de semana, a mãe das meninas, Beatriz Zimmermann, pediu que a morte das pequenas "não tenha sido em vão" e sirva para dar visibilidade "à violência vicária" (que é infligida aos filhos para que a mãe sofra).
Sigilo do caso
No fim de semana, um tribunal das Ilhas Canárias, arquipélago espanhol na costa da África, tirou o sigilo do caso e divulgou os detalhes em um comunicado. Tenerife é a maior ilha do arquipélago.
Segundo os documentos, a suspeita é que o pai, Tomás Gimeno, "matou suas duas filhas em sua casa e depois jogou os corpos no mar", onde seria difícil encontrá-los.
O objetivo do pai, que está foragido, era "matá-las de maneira planejada e premeditada, com o objetivo de causar uma dor desumana em sua ex-companheira".
A necrópsia do corpo de Olivia determinou que a menina teve uma "morte violenta". "Embora apenas o corpo de Olivia tenha sido localizado até o momento, a hipótese factual mais provável sobre Anna é, infelizmente, a mesma", segundo o tribunal.
As buscas
Os investigadores iniciaram uma ampla busca pelas meninas em terra e no mar, mas se concentraram nas águas de Tenerife após o barco de Gimeno ter sido encontrado vazio e à deriva.
Segundo a imprensa espanhola, o pai das duas meninas foi visto pela última vez carregando bolsas esportivas em seu barco.
A Interpol se juntou às buscas, publicando as fotos das duas garotas e emitindo os chamados "avisos amarelos", de pessoas desaparecidas.
Violência contra a mulher
Na sexta-feira (11), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que "toda a Espanha está comovida" pelo caso. "Não consigo imaginar a dor da mãe das pequenas Anna e Olivia".
Ao menos 39 menores de idade foram assassinados pelos próprios pais ou pelos companheiros ou ex-companheiros de suas mães desde 2013 no país, segundo dados oficiais.
Além disso, .096 mulheres foram mortas devido à violência de gênero na Espanha desde 2003, quando começou a contagem oficial. Foram 18 assassinatos apenas em 2021.
G1
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