Mais de 38 mil rosas brancas cobriram o Passeio Nacional, em Washington DC, em memória das vítimas da violência armada nos Estados Unidos nesta quarta-feira (14).
As flores, distribuídas em cerca de quatro mil vasos, representam o número de americanos que morrem anualmente por ações com armas de fogo, informaram os organizadores.
O memorial foi montado na capital americana dias após o presidente Joe Biden prometer maior controle sobre a venda de armas no país.
A homenagem foi organizada por uma fundação a favor do controle de venda de armas, liderada pela ex-deputada democrata Gabrielle Giffords.
Giffords foi vítima de um tiroteio em massa no Arizona em 2011, que deixou seis mortos e 20 feridos – ela mesma sofreu graves danos cerebrais após receber um tiro na cabeça.
"Muitos americanos perderam um ente querido para a violência armada", disse a ex-deputada em uma rede social. "Nós colocamos quase 40 mil flores do lado de fora do Capitólio [sede do Congresso] – uma para cada pessoa que é baleada e morta anualmente."
O memorial, que fica montado até sexta-feira, também faz parte dos esforços de políticos do Partido Democrata para que o Congresso americano aprove uma legislação mais dura para a venda de armas.
Na semana passada, o presidente Biden disse que os EUA vivem uma "epidemia de violência com armas de fogo" e que isso era "uma vergonha internacional".
"É uma epidemia, pelo amor de Deus, e tem que acabar", disse Biden em 8 de abril.
O democrata anunciou uma série de ordens executivas para tentar controlar a venda e porte de armas nos EUA.
Veja algumas das medidas anunciadas:
Pressão após casos recentes
O presidente Biden vem sendo pressionado por parte de seus aliados democratas para tomar medidas após os recentes tiroteios no Tennessee, Texas, Colorado, Geórgia e Califórnia.
Na segunda (12) um aluno de uma escola de ensino médio do Tennessee morreu baleado após abrir fogo contra policiais. Um agente ficou ferido no tiroteio.
Na semana passada, um homem abriu fogo em uma loja de móveis no Texas um dia depois que Phillip Adams, ex-jogador da NFL, matou 5 pessoas a tiros e tirou a própria vida.
Em 1º de abril, um tiroteio deixou quatro mortos e dois feridos em um prédio comercial ao sul de Los Angeles, na Califórnia. Uma criança foi uma das vítimas.
No fim de março, um criminoso abriu fogo em um supermercado da cidade de Boulder, no Colorado, e deixou 10 mortos. Entre as vítimas, estava um policial.
Uma semana antes, tiroteios em três casas de massagem na área de Atlanta, no estado da Geórgia, deixaram oito mortos, a maioria mulheres asiáticas, o que suscitou um debate sobre racismo e xenofobia nos EUA.
O assassino foi preso enquanto viajava em direção ao estado da Flórida onde, segundo as autoridades americanas, ele planejava realizar uma ação semelhante.
Segunda emenda
O controle das armas de fogo nos EUA é um tema que divide o país – ainda que há décadas os americanos convivam com massacres em escolas e espaços públicos.
Muitos dos defensores do porte de arma recorrem à Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o direito de se ter uma arma.
Sempre que o estado tenta controlar o acesso a este tipo de equipamento, grupos lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.
O presidente insistiu que as medidas apresentadas nesta quinta não infringem a Constituição americana, uma vez que falam sobre maior regulamentação da posse de armas.
"Nenhuma emenda da Constituição é absoluta", disse Biden em 8 de abril. "Desde o princípio, nem todas as armas que alguém quisesse ter poderiam ser compradas."
G1
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