O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (12) que o secretário do Trabalho, Alexander Acosta, vai deixar o cargo em sete dias. A notícia vem depois de críticas à maneira como Acosta tratou de um acordo judicial com o bilionário Jeffrey Epstein, acusado de abusar sexualmente de dezenas de garotas menores de idade.
Acosta, que ocupa o cargo desde 2017, afirmou que deixar o posto era a decisão certa. Ele vem sendo questionado sobre o acordo judicial que fechou com Epstein, em 2007, quando era procurador federal em Miami.
"Meu ponto aqui hoje é que temos uma economia incrível e o foco precisa estar na criação de empregos", disse Acosta na sexta-feira (12). Ele afirmou não achar certo que a forma com que lidou com o caso Epstein tirasse a atenção da sua atuação como secretário do Trabalho.
"Odeio ver isso acontecer", declarou Trump, que não pediu a saída de Acosta de seu gabinete, cuja função é aconselhar o presidente.
O presidente, que havia defendido o agora ex-secretário do Trabalho, disse que olharia "muito de perto" a forma com que ele fechou o acordo feito há mais de dez anos.
O caso Epstein
Epstein, de 66 anos, chegou ao acordo para encerrar, secretamente, uma investigação federal sobre abuso sexual envolvendo pelo menos 40 adolescentes, das quais ele teria abusado desde 1999. As acusações contra ele poderiam tê-lo sentenciado a prisão perpétua, segundo a Associated Press.
O bilionário se declarou culpado por uma acusação menor, de prostituição, sob as leis da Flórida. Passou apenas 13 meses na prisão, pagou ressarcimentos a vítimas e se registrou como criminoso sexual.
Nesta segunda-feira (8), procuradores federais em Nova York fizeram novas acusações semelhantes às primeiras, o que trouxe à tona o papel de Acosta no acordo fechado em 2007. Parlamentares democratas e candidatos presidenciais exigiram a demissão dele.
Acosta tentou limpar seu nome e realizou uma coletiva de imprensa - encorajada por Trump - para defender suas ações. Em uma fala de 50 minutos, ele argumentou que tinha conseguido o melhor negócio possível na época e estava trabalhando no melhor interesse das vítimas.
"Fizemos o que fizemos porque queríamos ver Epstein ir para a cadeia", declarou, recusando-se a pedir desculpas por suas ações. "Acreditamos que procedemos adequadamente".
Questionado se tinha algum arrependimento, Acosta repetidamente sugeriu que as circunstâncias haviam mudado desde então.
"Agora temos 12 anos de conhecimento e retrospectiva e vivemos em um mundo muito diferente", disse. "O mundo de hoje trata as vítimas de maneira muito diferente".
Depois que os procuradores anunciaram as novas acusações contra Epstein esta semana, Acosta escreveu no Twitter que estava "satisfeito" com a decisão.
"Os crimes cometidos por Epstein são horríveis", tuitou Acosta. "Com as evidências que estavam disponíveis há mais de uma década, os procuradores insistiram que Epstein fosse preso, se registrasse como criminoso sexual e avisasse o mundo de que ele era um predador sexual".
"Agora que novas evidências e depoimentos adicionais estão disponíveis, a procuradoria de Nova York oferece uma importante oportunidade para levá-lo de forma mais completa à Justiça", disse.
G1
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