Novembro 26, 2024

Ratos infestam ruas e casas de uma Londres confinada

Desde que o Reino Unido começou, em março de 2020, a ordenar confinamentos e restrições para tentar controlar a pandemia de coronavírus, a população de ratos no país aumentou 25%, passando de 120 milhões para 150 milhões, segundo o Pest.co.uk.

Colin Sims, que trabalha com controle de pestes, diz que a demanda pelos eu trabalho aumentou em 75%.

Em Londres, os roedores se proliferaram com o confinamento e se tornaram mais audaciosos, o que beneficia os dedetizadores.

Os animais entram nas casas pelos ralos de banheiro e outras vias.

Capacidade de adaptação
O confinamento proporciona as condições ideais para a reprodução desses roedores, cujas fêmeas dão à luz ninhadas de 10 filhotes várias vezes ao ano.

"Com prédios desocupados, imersos na escuridão e a salvo, eles podem se reproduzir sem que sejam vistos", explica Paul Blackhurst, diretor do grupo Rentokil.

Privados dos restos de comida retirados dos lixos dos restaurantes ou das ruas agora abandonadas, esses animais noturnos e temerosos estão saindo mais à luz do dia.

Eles se aventuram dentro de escritórios vazios para catar restos de comida esquecidos, se aproveitam dos restaurantes fechados temporariamente e também dos bairros residenciais repletos de latas de lixo dos moradores confinados.

"Se mudarmos o nosso comportamento, o mais provável é que eles mudem o deles, porque são animais muito adaptáveis", diz Blackhurst.

Em sua passagem pelas ruas, os animais podem transportar doenças e provocar danos que podem inclusive causar incêndios ou inundações.

No Reino Unido, esse fenômeno está se espalhando para além da capital.

Natalie Bungay, diretora técnica da Associação Britânica do Controle de Pragas, relata o caso do proprietário de um restaurante no oeste do país que enfrentou pela primeira vez uma infestação de ratos durante o primeiro confinamento.

"Quando abriram as portas, havia latas de comida por todas as partes. Os ratos roem o metal, então isso não é um problema para eles", explica.

Segundo David Lodge, do Beaver Pest Control, além do maior número de ratos e sua maior resistência aos venenos, eles também estão "menos tímidos e mais visíveis" nas ruas, "como uma novela de Stephen King", brinca.

Depois de retirar o rato morto em um saco de lixo antes de queimá-lo, Colin Sims dirige sua caminhonete para sua próxima missão, um quintal comercial infestado.

O ano de 2021, que começou em Londres com um terceiro confinamento ainda em andamento, também parece bom para os ratos, afirma.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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