O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou pela primeira vez por telefone, nesta quarta-feira (10), com o presidente chinês, Xi Jinping, informou a Casa Branca.
Na chamada, Biden, que assumiu o comando dos EUA em 20 de janeiro, expressou "profundas preocupações" sobre o que chamou de práticas econômicas "injustas e coercitivas" de Pequim, sobre a repressão chinesa em Hong Kong e sobre "violações dos direitos humanos em Xinjiang", região onde vive a minoria muçulmana uigur.
Os dois líderes também conversaram, de acordo com comunicado da Casa Branca, sobre a pandemia da Covid-19 e os "desafios comuns" colocados pelas questões de saúde e mudanças climáticas.
Mais tarde, o americano detalhou que falaram por duas horas . "Se não nos movermos, eles vão comer nosso almoço", brincou Biden com repórteres.
Uigures
De acordo com especialistas, mais de um milhão de uigures estão sendo mantidos em campos de reeducação política em Xinjiang.
Pequim rejeita o termo "campos" e garante que são centros de "treinamento vocacional", projetados para fornecer emprego para a população e manter o extremismo religioso sob controle.
Tensão
Há muita expectativa sobre a posição do novo presidente americano em relação à China, devido aos múltiplos pontos de tensão que existem na relação entre as duas maiores potências mundiais.
E, embora Biden tenha mostrado claramente sua disposição de se distanciar da política externa de Donald Trump, a China é uma das poucas questões nas quais ele poderia promover alguma continuidade em relação a seu antecessor.
Biden também comunicou a Xi que sua prioridade é "proteger a segurança, prosperidade, saúde e estilo de vida do povo americano", bem como "preservar a liberdade e a abertura" da região marítima do Indo-Pacífico.
Relação
A relação entre Washington e Pequim se deteriorou dramaticamente durante a presidência de Trump, que deu início a uma guerra comercial com a China com a imposição mútua de tarifas e sanções contra as principais empresas chinesas.
Além disso, Trump culpava a China pela disseminação do coronavírus, que ele costumava chamar de "vírus chinês".
O conflito em Hong Kong e a intromissão dos EUA também foram uma fonte de tensão entre Washington e Pequim durante o governo anterior.
'Sem osso democrático'
Em entrevista transmitida no domingo (7) pela emissora CBS, Biden alertou que a rivalidade entre China e EUA se transformará em "competição extrema", ao mesmo tempo em que disse que quer evitar um "conflito" entre os dois países.
Questionado sobre o presidente chinês, Biden disse: "Ele não tem, e não quero dizer isso como uma crítica, mas é uma realidade, um único osso democrático em seu corpo."
'Questões internas'
O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao americano que "um confronto entre a China e os EUA será uma catástrofe para os dois países e para o mundo".
O presidente chinês indicou que "as questões que dizem respeito a Taiwan, Hong Kong e (região noroeste da China de) Xinjiang são questões internas relacionadas com a soberania e integridade territorial da China".
"Os EUA devem respeitar os interesses centrais da China", disse Xi, segundo o jornal estatal Global Times, "e tratar essas questões com sabedoria".
O líder chinês também pediu o restabelecimento dos mecanismos de diálogo entre os dois países "para entender adequadamente as intenções das políticas de cada um e evitar mal-entendidos e erros de cálculo", segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
Essas trocas devem ocorrer, destacou Xi, também nos níveis econômico, financeiro e policial, bem como entre os dois exércitos.
G1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.