O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, se reuniram com executivos de grandes empresas nesta terça-feira (9), incluindo os líderes da gigante do varejo Walmart, do banco JPMorgan Chase e das lojas de roupas Gap, para discutir a iniciativa de aumentar o salário mínimo.
Em seu plano de ajuda financeira de US$ 1,9 trilhão, atualmente em debate no Congresso, o presidente democrata incluiu uma proposta para dobrar o valor do salário mínimo federal para US$ 15 por hora até 2025.
Esta proposta foi recebida por executivos que, principalmente no caso das pequenas empresas, se opõem aos custos adicionais em um período de baixa atividade por causa da pandemia.
"Estou ansioso para ouvir o que os líderes empresariais têm a dizer, o que pensam sobre como abordamos essa questão", disse Biden a repórteres antes do início da reunião.
Diante da preocupação com a possibilidade de um aumento do salário mínimo, Yellen observou recentemente que o aumento seria muito gradual — de US$ 7,25 hoje para US$ 15 por hora em 2025 — para dar às empresas "tempo suficiente para se adaptar".
O governo Biden também defende a criação de um círculo virtuoso: aumentar o pagamento para aqueles com os salários mais baixos geraria bilhões de dólares em gastos adicionais dos consumidores em bens e serviços fornecidos por pequenas empresas.
Esta proposta é apresentada como uma medida fundamental para o combate à pobreza.
Porém, na segunda-feira (9), um relatório do escritório de Serviços de Orçamento do Congresso (CBO) alimentou o debate sobre os reais benefícios de tal decisão para a economia.
O CBO projetou efeitos mistos, estimando que levaria à perda de 1,4 milhão de empregos até 2025, ao mesmo tempo em que tiraria 900 mil pessoas da pobreza.
O presidente da Câmara de Comércio americana, Tom Donohue, e a vice-presidente, Kamala Harris, também participaram da reunião.
Embora alguns economistas tenham apontado para um risco potencial de superaquecimento da economia devido ao volume gigantesco do plano democrata, Biden ressaltou nesta terça-feira (9) que "os americanos estão sofrendo, muitas pessoas têm problemas financeiros reais".
"Muitas pessoas vão para a cama à noite olhando para o teto e se perguntando se estarão neste local no dia seguinte", acrescentou.
Ele também lembrou que os Estados Unidos enfrentam "uma série de problemas", entre eles o fato de que muitas crianças ainda não vão à escola por causa da pandemia.
No entanto, essas dificuldades "são todas solucionáveis", ressaltou o anfitrião da Casa Branca.
Sobre o diálogo com os republicanos, Biden afirmou que é preciso "pensar grande, agir grande".
A Câmara de Comércio, por sua vez, solicitou a adoção de um pacote em consenso entre os democratas e republicanos, considerando que uma proposta que só tivesse o apoio dos democratas comprometeria outros planos futuros, em particular aqueles relacionados à infraestrutura e às mudanças climáticas.
Biden considerou na semana passada a possibilidade de que a proposta de aumento do salário mínimo fosse votada separadamente do plano de ajuda econômica.
France Presse
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