O Tribunal de Justiça da República (CJR), uma corte criada na França para julgar membros do governo, começou a investigar o ministro da Justiça do país, Eric Dupond-Moretti, por conflito ilegal de interesses.
O ministro foi acusado por uma associação anticorrupção e por três organizações de juízes.
O processo tem relação com as investigações de um outro, mais antigo.
Na época, a Justiça investigava o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que teve conversas com seu advogado grampeadas.
Outros advogados também tiveram seus telefonemas monitorados --entre eles, Eric Dupond-Moretti, que ainda não havia assumido como ministro.
Naquela ocasião, o ex-presidente francês foi informado que estava sendo grampeado. A Justiça, então, abriu um outro inquérito, esse para descobrir como Sarkozy descobriu que suas conversas eram monitoradas.
A suspeita é que Dupond-Moretti tenha retaliado um dos juízes que tentavam descobrir quem vazou para Sarkozy a informação de que havia um grampo telefônico.
Depois de assumir o Ministério da Justiça, Dupond-Moretti ordenou uma investigação administrativa de um dos três juízes que haviam ordenado a investigação do vazamento.
Outra acusação
O ministro também é acusado de iniciar uma investigação administrativa contra o juiz Edouard Levrault, que, após o término de suas funções como juiz de instrução em Mônaco, denunciou coações.
Antes de se tornar ministro, Eric Dupond-Moretti foi advogado de um dos policiais acusados por esse magistrado e criticou os métodos do juiz.
A comissão de investigação é composta por três juízes do Supremo Tribunal francês, o único órgão que pode investigar membros do governo pelos atos praticados no exercício das suas funções.
France Presse
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