A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda-feira (23), que pretende "finalizar a avaliação" da vacina de Oxford contra a Covid-19 no início de 2021.
"Vamos analisar esses dados com muito cuidado, mas saudamos bastante os resultados e esperamos finalizar a avaliação no próximo ano", afirmou Mariângela Simão, brasileira e diretora-geral assistente para acesso a medicamentos, vacinas e produtos farmacêuticos da OMS.
Pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram, nesta segunda-feira, que a vacina desenvolvida em parceria com a AstraZeneca teve 90% de eficácia nos voluntários que receberam uma meia dose seguida de uma dose completa. Naqueles que receberam as duas doses completas, a eficácia foi menor, de 62%.
O líder do estudo, Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, declarou que o resultado é "intrigante". Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Facilidade de armazenamento
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que a AstraZeneca já está em conversas com o programa de pré-qualificação da OMS para vacinas. A cientista afirmou que a entidade está "encorajada" pelos dados vistos, e que é necessário esperar resultados de eficácia e segurança completos.
Swaminathan lembrou, ainda, que a vantagem da vacina de Oxford em relação às concorrentes (como a da Pfizer e da Moderna) é que ela pode ser mantida em temperaturas normais de refrigeração, entre 2°C e 8°C. Em contrapartida, a candidata da Pfizer precisa ser armazenada a -70ºC durante o transporte, e a da Moderna precisa ficar a -20ºC.
"[Há] vantagens logísticas enormes para o transporte e entrega de vacinas para cidades e vilarejos em áreas rurais. Esperamos que haja mais vacinas como esta, que são mais estáveis no calor", disse Swaminathan.
“Temos que encorajar também outros desenvolvedores”, acrescentou a cientista. "Precisamos de uma variedade de vacinas que visem melhor grupos diferentes, e é importante ter em mente diferentes condições de armazenamento e preços acessíveis".
"É muito importante que tenhamos vacinas diferentes de plataformas diferentes", concordou Simão, citando a temperatura ultrafria necessária para manter a vacina da Pfizer.
"É um desafio não só para países de renda média e baixa, mas também para países ricos. É muito importante garantir o acesso equitativo, mas precisamos levar em consideração as características de cada vacina", disse.
G1
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