A dois meses de deixar o cargo de presidente dos Estados Unidos, Donald Trump perguntou a seus principais assessores sobre a possibilidade de atacar instalações nucleares do Irã, segundo o jornal "The New York Times".
Trump perguntou a vários conselheiros — incluindo o vice-presidente, Mike Pence, o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o chefe das Forças Armadas, general Mark Milley — "se tinha opções de adotar medidas contra a principal instalação nuclear do Irã nas próximas semanas".
Segundo o jornal, os conselheiros dissuadiram o presidente de fazer um ataque militar e alertaram que uma ação desta magnitude poderia virar um conflito maior nas últimas semanas da sua presidência.
A hipótese foi levantada durante uma reunião no Salão Oval na quinta-feira (12), após relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelar que o Irã continua armazenando urânio.
O alvo mais provável do ataque era Natanz, de acordo com o jornal. O relatório da AIEA diz que as "reservas de urânio de Teerã eram 12 vezes maiores que o permitido pelo acordo nuclear que Trump abandonou em 2018".
Acordo nuclear
O presidente americano deixou o acordo costurado por Obama com diversas potências mundiais três anos após sua assinatura. O objetivo do pacto era frear a expansão da capacidade nuclear do Irã.
Na época, o presidente americano afirmou que Irã era o "principal Estado patrocinador do terrorismo".
O país foi, durante muito tempo, o grande foco de Trump. O presidente impôs sanções a Teerã e ampliou as medidas após Washington abandonar o acordo nuclear.
Os sócios europeus do acordo lutam para manter o acordo e esperam que a chegada à Casa Branca do democrata Joe Biden mude a abordagem dos EUA contra o Irã.
Além dos EUA e do Irã, assinaram o acordo nuclear os outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Reino Unido, França, China e Rússia) e a Alemanha.
Tensão entre EUA e Irã
Na sexta-feira (13), o "NYT" revelou que o número dois da Al Qaeda, Abdullah Ahmed Abdullah, foi morto no Irã — o que o governo iraniano nega.
Conhecido como Abu Muhammad al-Masri, Abdullah foi baleado nas ruas da capital Teerã em segredo, há três meses. Ele é acusado pelos EUA de planejar ataques a embaixadas americanas.
Segundo o jornal, o terrorista foi morto por homens ligados a Israel com o apoio dos EUA que estão infiltrados no Irã. A filha Miriam — viúva de um dos filhos de Osama bin Laden — também morreu na operação.
No início do ano, os EUA mataram o principal general iraniano, Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país.
Soleimani foi morto em um ataque americano com drone em Bagdá. Em retaliação, o Irã atacou duas bases que abrigam tropas dos EUA no Iraque.
Recentemente, o governo Trump intensificou as medidas contra Teerã, o que alguns críticos veem como uma tentativa de construir um "muro de sanções" que seria difícil para Biden derrubar.
France Presse
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