Na disputa de dois septuagenários pelos votos dos idosos, o democrata Joe Biden tomou a dianteira e está em vantagem sobre o republicano Donald Trump. As razões parecem óbvias. Entre a eleição de 2016, quando esta parcela do eleitorado favoreceu o republicano e o elegeu para comandar EUA, e a que se realiza no próximo mês, uma pandemia se alastrou pelo país.
O presidente não soube domá-la. Ao contrário, tripudiou de sua gravidade, desprezando máscaras-distanciamento-cientistas e acabou traído por ela. O novo coronavírus castiga desproporcionalmente os que têm mais de 65 anos: eles perfazem 80% dos 215 mil mortos no país.
As pesquisas de opinião revelam que os idosos estão dando o troco a Trump, insatisfeitos com a sua resposta à doença. Na sondagem realizada pela rede NBC e "Wall Street Journal", a diferença entre os dois é de 14 pontos. Mas entre os têm mais de 65 anos, Biden lidera por 27 pontos.
O diagnóstico positivo do presidente para a Covid-19 agravou essa percepção do eleitor idoso, que corresponde a 16% dos que votam nos EUA. Trump foi submetido a um mix de tratamentos inacessíveis ao americano comum, com custos estimados em US$ 100 mil. Tornou-se exceção no universo de idosos arrastados pela pandemia.
Ainda com o vírus ativo em seu organismo, ele circulou sem máscaras pela Casa Branca e aconselhou a população a não se deixar dominar pelo medo do vírus. Em vez de humildade, Trump exibiu arrogância.
Proclamou-se curado, sem apresentar um teste negativo, e intensificou a agenda de comícios. Abriu novamente os jardins da Casa Branca e, nesta semana, peregrina sem máscaras por quatro estados decisivos -- Flórida, Ohio, Pensilvânia e Carolina do Norte.
Embora infrutíferas, as tentativas para derrubar o Obamacare nortearam seu mandato. A pandemia, contudo, evidenciou o desgaste das ofensivas do presidente à redução no financiamento do sistema de saúde.
Desde 2000, os eleitores idosos representam um bloco favorável para os republicanos. O comportamento errático do atual presidente, em contraste evidente com Joe Biden, reverte a tendência em 2020. Afinal, esta eleição é, sobretudo, sobre Trump.
G1
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