Novembro 22, 2024

Merkel quer 'discussão clara' com Bolsonaro sobre desmatamento

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira (26) que deseja conversar com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro sobre o desmatamento no Brasil. Merkel participou de uma sessão no Parlamento alemão às vésperas da cúpula que começa na sexta-feira em Osaka (Japão).

"Assim como vocês, vejo com grande preocupação a questão das ações do presidente brasileiro (em relação ao desmatamento) e, se ela se apresentar, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele", afirmou a chanceler.

Apesar da preocupação quanto ao desmatamento, a premiê sinalizou que não pretende bloquear um possível desfecho do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por causa de Bolsonaro. Isso porque ONGs cobram "medidas rigorosas" contra o desmatamento e "compromissos" em favor do Acordo de Paris sobre o Clima como condições para parcerias comerciais.

Durante a sessão no Parlamento, Merkel foi questionada pela deputada do Partido Verde Anja Hajduk sobre se o governo alemão deveria seguir investindo nas negociações de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul mesmo com as denúncias de ambientalistas e defensores dos direitos humanos em relação às práticas estimuladas pelo governo Bolsonaro.

"Eu vou fazer o que for possível, dentro das minhas forças, para que o que acontece no Brasil não aconteça mais, sem superestimar as possibilidades que tenho. Mas não buscar o acordo de livre-comércio, certamente, não é a resposta para essa questão”, concluiu Merkel.

Acordo comercial questionado
Entidades e organizações internacionais apontam que a expansão das atividades agrícolas no Brasil, fortemente apoiada pelo governo do presidente Bolsonaro, ocorre às custas do desmatamento em massa e causa cada vez mais conflitos com as comunidades tradicionais.

Essa situação levou 340 ONGs europeias e sul-americanas, incluindo o Greenpeace e Amigos da Terra, a questionarem o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

A conclusão do acordo é "iminente", segundo os presidentes do Brasil e da Argentina, após 20 anos de negociações. O acordo também é criticado por agricultores europeus, que temem uma inundação de produtos sul-americanos com a abolição de certos direitos aduaneiros.

G1
Portal Santo André em Foco

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