O FBI (polícia federal dos Estados Unidos) anunciou nesta quinta-feira (8) a prisão de 13 pessoas envolvidas em milícias armadas que planejavam sequestrar a governadora do estado do Michigan, a democrata Gretchen Whitmer. Um dos planos desmontados também pretendia invadir a sede do governo estadual e as casas de autoridades locais.
De acordo com o inquérito policial, o grupo tinha características de uma milícia armada: eles planejaram a ação durante meses, com treinamento e compra de armas. Os acusados pretendiam também "instigar uma guerra civil", segundo a procuradora-geral do Michigan, Dana Nassel.
Primeiro, as autoridades dos EUA anunciaram a prisão de seis dos acusados na noite de quarta-feira — data em que se planejavam se encontrar para pagar os explosivos comprados para a ação contra a governadora, informou o FBI.
Esse grupo planejava sequestrar Whitmer de dentro de uma casa de veraneio da democrata. Segundo o inquérito do FBI, os acusados queriam tirar a governadora do cargo por ela ter "poderes sem controle". O plano envolvia, ainda, um "julgamento por traição" contra a democrata.
Depois, na tarde desta quinta, a polícia anunciou que outras sete pessoas foram presas por um complô que planejava invadir a sede do governo do Michigan e sequestrar autoridades, inclusive a governadora.
Autoridades locais disseram que, se condenados, os integrantes dessas milícias podem pegar prisão perpétua. Ainda segundo a investigação, eles planejavam o ataque para antes de 3 de novembro — data das eleições presidenciais americanas.
'Extremistas violentos'
Para o procurador Andrew Binge, o grupo que planejou o sequestro é formado por "extremistas violentos". Outro procurador, Matthew Schneider, também repudiou a violência.
"Todos nós aqui no Michigan podemos discordar sobre política, mas essas discordâncias não podem nunca, jamais, chegar à violência", disse Schneider, segundo a agência Associated Press.
Medidas contra pandemia geraram protestos
Whitmer adotou em abril, com apoio de parlamentares democratas, medidas de isolamento para conter o avanço do novo coronavírus no estado em um momento de alta nos contágios nos Estados Unidos. Com uma sociedade dividida, parte elogiou as decisões da governadora, mas outros habitantes protestaram contra a paralisação de atividades e restrições à circulação.
Em 30 de abril, centenas de manifestantes — alguns armados com fuzis — protestaram dentro do Capitólio do Michigan contra as medidas de isolamento apoiadas pelo governo democrata. De acordo com a emissora NBC, a legislação estadual permite que as pessoas carreguem armas de fogo desde que "por motivos dentro da lei" e que o portador mantenha o armamento visível.
Alguns dos manifestantes usavam placas e símbolos favoráveis ao presidente dos EUA, Donald Trump. Ele, porém, ainda defendia à época medidas de isolamento social contra a Covid-19 — posicionamento que contrasta com as recentes declarações do republicano, que pede que as pessoas retornem às atividades.
G1
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