A polícia francesa anunciou nesta quinta-feira (8) a detenção de 60 pessoas suspeitas de fazer downloads, pesquisar e compartilhar milhares de fotos e vídeos de pornografia infantil online.
Os suspeitos, com idades entre 28 e 75 anos, foram detidos em uma operação nacional, iniciada na segunda-feira (5), em 30 dos 101 departamentos da França, e contou com a presença de 220 policiais. Os agentes apreenderam 100 HDs externos, dezenas de telefones celulares e computadores, 150 pendrives, além de DVDs e CDs, com milhares de fotos e vídeos.
Alguns detidos tinham antecedentes e estavam fichados como criminosos sexuais. Entre eles, havia quatro suspeitos de estupro de menores de idade, informou Eric Berot, comandante da unidade de polícia que investiga os casos.
"Isto demonstra que o download de pornografia infantil não é trivial", acrescentou o policial, antes de afirmar que "algumas pessoas efetivamente concretizam atos pedófilos".
Perfil dos acusados
Entre os suspeitos, estão ainda um treinador de futebol, um especialista em informática, um professor aposentado e vários desempregados. Quase todos são homens, com a exceção de um casal que pesquisou as imagens juntos.
"Não há um perfil único. Pessoas de todos os círculos sociais estão envolvidas", completou o responsável pela investigação.
Auxiliados por um programa de computador americano usado pelo FBI (o departamento federal de investigação dos Estados Unidos), os investigadores franceses foram capazes de se infiltrar nessas redes de pedofilia, rastrear os endereços de IP e identificar os downloads desse tipo de material.
Um dos investigados estava equipado com um "servidor com refrigeração a água com 176 terabytes de dados baixados", disse Bérot.
Os casos de uma dúzia de suspeitos foram remetidos a vários promotores de justiça locais. Um homem, inclusive, já havia sido condenado a dez meses em regime fechado pelo tribunal judicial de Valenciennes (norte da França).
Desde o verão de 2020, ver e baixar imagens de pornografia infantil é crime passível a cinco anos de prisão, em vez de dois anos, como anteriormente, e os acusados são automaticamente inscritos no arquivo judiciário automatizado de autores de infrações sexuais (Fijais).
“Reforçar a repressão também significa dar aos serviços de investigação os meios para fazer frente a este crime”, declarou o Secretário de Estado da Infância e famílias, Adrien Taquet, saudando "o trabalho notável dos investigadores" neste caso.
RFI
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