Os recentes episódios de violência nos protestos nos Estados Unidos estiveram no centro dos discursos dos dois principais candidatos nas eleições americanas. O presidente e candidato a reeleição Donald Trump trocou acusações com o democrata Joe Biden sobre quem teria a responsabilidade pelas cenas de brutalidade vistas nas cidades do país.
Pela primeira vez em público desde que teve a candidatura oficializada, Biden condenou a violência e o vandalismo no protesto — em tentativa de se desvencilhar das acusações dos republicanos de que os democratas apoiam a baderna durante as manifestações.
"Baderna não é protesto, vandalismo não é protesto, atear fogo não é protesto. Violência não trará mudanças, só destruição", disse Biden durante o evento. "Não devemos queimar, devemos construir."
Biden escolheu Pittsburgh para estrear nos discursos de candidatura oficial. A cidade fica no estado da Pensilvânia, um dos mais importantes para a decisão no Colégio Eleitoral e onde ambos os candidatos têm boas chances de vencer.
Por isso, Biden também atacou Trump e o acusou de gerar a onda de violência nas manifestações.
"Ele não quer trazer a luz, ele quer produzir calor e está gerando violência nas nossas cidades. Ele não consegue parar a violência porque ele a tem alimentado por anos", disparou o democrata.
Trump, logo em seguida, respondeu às declarações do adversário pela rede social e voltou a ligar Biden e os democratas à violência. "Acabei de assistir ao que Biden tinha a dizer", afirmou.
"Para mim, ele está acusando a polícia bem mais do que os baderneiros, anarquistas, agitadores, vândalos, que ele jamais poderia culpar para não perder o apoio da esquerda radical [apoiada por] Bernie [Sanders, senador democrata]", completou.
Depois, em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump voltou a criticar o adversário e disse que os Departamentos de Justiça e de Segurança Doméstica dos Estados Unidos estão estabelecendo um centro de operações conjuntas para investigar "distúrbios civis de esquerda".
"A estratégia de Biden é se render aos movimentos de esquerda", disse.
Violência acirra corrida eleitoral
A escalada da violência entre policiais, manifestantes contra a brutalidade policial e apoiadores de Trump se acirrou nas últimas semanas nos EUA. A situação piorou neste fim de semana, quando um ativista favorável ao republicano morreu baleado em Portland, cidade americana tomada por protestos desde maio.
Com a proximidade das eleições, Trump e Biden trocam acusações sobre quem teria responsabilidade sobre as cenas de violências. De um lado, o republicano diz que as cidades com mais casos violentos são aquelas governadas por democratas e que os opositores apoiam "radicais de extrema esquerda". Do outro lado, a oposição diz que a retórica do presidente incendeia manifestantes e incentiva violência e vandalismo.
As discussões também ocorrem em um momento em que as pesquisas mostram a redução na distância em pontos percentuais entre Biden e Trump. O democrata ainda tem vantagem nos principais estados chaves, mas a disputa está bem acirrada. Veja no VÍDEO acima.
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