Novembro 25, 2024

Trump chama Biden de 'fraco' e diz que 'China será dona' dos EUA se rival vencer eleição

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou formalmente a candidatura a reeleição nesta quinta-feira (27), no encerramento da Convenção Nacional do Partido Republicano. O discurso de maneira oficial abriu a corrida pela Casa Branca, com as eleições americanas marcadas para novembro.

"E em 3 de novembro, nós vamos fazer um país mais seguro, vamos fazer um país mais forte, vamos fazer um país mais orgulhoso e vamos fazer um país maior do que nunca", disse, ao encerrar o discurso.
Trump ofereceu orações às vítimas do furacão Laura, que causou estragos no estado da Louisiana nesta quinta, e disse que visitaria a região atingida nos próximos dias. O presidente e candidato também homenageou o irmão, Robert Trump, morto há quase duas semanas.

O republicano afirmou que o partido está "disposto a acolher milhões de democratas e independentes", em mais um aceno ao eleitorado oposicionista insatisfeito com a escolha de Joe Biden como candidato democrata (veja outros discursos desta noite mais adiante). Trump, inclusive, mencionou indiretamente a declaração do adversário de que os EUA vivem uma "temporada de escuridão".

"Nós entendemos que os EUA não são uma terra coberta de escuridão. Os EUA são a tocha que ilumina todo o mundo", afirmou.

Trump também disse que "são as eleições mais importantes da história dos EUA". "Nunca antes os eleitores encontraram uma escolha clara entre dois partidos, duas visões, duas filosofias e duas agendas."

"Vamos defender os EUA de todas as ameças e proteger o país de todos os perigos."

Críticas à China e promessa de vacina
Como vem fazendo desde o ano passado, Trump voltou a subir o tom com a China de Xi Jinping. O republicano disse que o país asiático terá que se responsabilizar pela pandemia de novo coronavírus, que matou mais de 180 mil pessoas nos EUA, e alfinetou o candidato opositor sobre política externa.

"A China será dona de nosso país se Joe Biden se eleger. Diferentemente dele, eu vou fazê-la completamente responsável pela tragédia que causaram", disse, ao chamar os democratas de "ameaça marxista".

"A agenda de Joe Biden é 'made in China'. A minha é 'made in the USA'", ironizou o republicano.

Trump também reclamou das críticas que sofreu por fechar as fronteiras aéreas com a China para evitar o contágio do novo coronavírus, quando essa medida era considerada ainda precipitada. "Quando eu tomei essa atitude, Biden a chamou de histérica e xenófoba", disse.

"Se tivéssemos escutado Joe, centenas de milhares de americanos a mais teriam morrido", completou.

Sobre o combate à pandemia, Trump disse que os EUA fizeram mais testes do que países mais próximos e voltou a celebrar os estudos com tratamento com plasma convalescente. Ele também repetiu que o país terá uma vacina "segura e eficaz" contra o novo coronavírus ainda neste ano.

Prestação de contas
Em tom de prestação de contas sobre o primeiro mandato, Trump defendeu que o país tenha aumentado a oferta de empregos ao rever acordos, como o Transpacífico, e ao enfrentar a concorrência com a China — pontos bastante repetidos na campanha para atrair o eleitorado que perdeu empregos e renda, tema que volta à tona com a crise causada pela pandemia.

Outro tema de 2016 que Trump retomou foi a construção do muro na fronteira com o México, obra ainda não concluída.

"O muro vai logo ser concluído, e está andando acima de nossas expectativas mais selvagens", disse, antes de homenagear agentes de fronteira.

Em mais um aceno às minorias raciais, sobretudo em um contexto de protestos contra o racismo no país, Trump disse que os dados de emprego nos EUA para negros, latinos e asiáticos foram os melhores durante seu primeiro mandato.

"Fiz mais pela comunidade negra em três anos do que Joe Biden fez em 47 anos [de carreira], e, quando eu for reeleito, o melhor ainda estará por vir", prometeu.

Violência em protestos
Trump também atacou Biden e os democratas por defender os atos contra o racismo e contra violência policial que tomaram os Estados Unidos desde maio, no caso George Floyd, e que voltaram à tona nesta semana com a ação que baleou Jacob Blake.

O republicano lembrou que as cidades onde os protestos mais violentos têm ocorrido são governadas pela oposição, e chamou os manifestantes de "anarquistas, agitadores, baderneiros, saqueadores e queimadores de bandeiras".

"Há mais violência e perigo nas ruas de várias cidades governadas por democratas nos EUA. Esse problema poderia ser facilmente resolvido se quisessem", disse. "Joe Biden é fraco."

"Devemos sempre ter lei e ordem", completou, repetindo slogan usado por republicanos.

Trump ainda defendeu o acesso às armas conforme previsto na Segunda Emenda, na mesma semana em que um adolescente de 17 anos matou duas pessoas e deixou mais uma ferida após disparar contra elas em uma manifestação antirracista.

"Ninguém estará seguro nos EUA de Biden", disse.

Polêmica da Casa Branca
Depois de participar brevemente do discurso do vice-presidente Mike Pence em um forte em Baltimore, o presidente-candidato falou na Casa Branca. Isso gerou críticas de opositores pelo uso da máquina do governo para fins eleitorais.

Antes mesmo do discurso, dezenas de pessoas se aglomeravam no gramado da Casa Branca. Poucos usavam máscaras, mesmo contra a recomendação do próprio presidente Trump sobre o uso dela.

Outros discursos
Aliados políticos de Trump também falaram no encerramento da Convenção Nacional Republicana, como líder da maioria no Senado, Mitch McConnell — um dos maiores defensores do presidente no processo de impeachment ao qual ele sobreviveu no começo do ano.

O senador fez duras críticas aos democratas e ironizou os adversários: "Eles querem controlar até a quantidade de hambúrgueres que você come".

Também discursou o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, advogado que se tornou peça chave nos inquéritos sobre a suposta tentativa de interferência com a Ucrânia no caso que levou à abertura do processo de impeachment. Ele não mencionou o caso envolvendo o país europeu, mas criticou o movimento Black Lives Matter e a violência em protestos contra o racismo.

"Está claro que um voto em Biden e nos democratas gerará um risco de trazer essa violência para sua cidade", disse Giuliani.

O deputado Jeff Van Drew, eleito pelo Partido Democrata e que trocou de lado por se opor ao impeachment de Trump, criticou os rumos da oposição e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

"O partido deixou de ser liberal e se tornou radical", disse Van Drew.

Em outro momento aguardado, o presidente do UFC, Dana White, pediu voto a Donald Trump e falou sobre a defesa do presidente em retomar os esportes mesmo durante a pandemia de novo coronavírus — crise que levou ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021.

"O presidente Trump reconheceu que um dos jeitos mais simples de colocar um sentido de normalidade na vida das pessoas era trazer de volta opções de entretenimento", disse White.
Ben Carson, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano e um dos negros a ocupar o governo de Trump, criticou a violência em Kenosha, no Wisconsin, ofereceu orações à família de Jacob Blake e pediu união do país. "Trump não afunda em políticas identitárias, ele quer que todos prosperem", disse.

Outro discurso esperado é o da família de Kayla Mueller, mulher sequestrada pelo chefe do Estado Islâmico Abu Bakr Al-Baghdadi. O terrorista foi morto em operação militar conduzida pelos EUA, em um momento comemorado pelo republicano. Segundo familiares da militar, nem Biden nem Barack Obama, que ocupavam a Casa Branca quando ela foi assassinada, ofereceram apoio.

E, novamente, a família Trump esteve presente: desta vez, com Ivanka Trump, filha do presidente e assistente da Casa Branca e que discursou no gramado da sede do governo americano. Ela ofereceu condolências aos afetados pelo furacão Laura e disse que o pai defende a liberdade de opinião e a diversidade no país.

"Eu reconheço que o estilo de comunicação do meu pai não é do gosto de todo mundo. E eu sei que seus tweets podem parecer um pouco sem filtro, mas os resultados falam por si", disse Ivanka.
"Meu pai tomou posições que não eram consenso nem no Partido Republicano. Enquanto Washington escolhe partidos, meu pai escolhe o senso comum", afirmou Ivanka.

"Washington não mudou Donald Trump. Donald Trump mudou Washington."

G1
Portal Santo André em Foco

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