O governo russo afirmou, nesta quinta-feira (13), que vai monitorar de perto os planos dos Estados Unidos de enviar drones de vigilância e mil soldados americanos à Polônia, segundo o que foi anunciado no dia anterior pelo presidente Donald Trump.
O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabok, afirmou que a manobra americana demonstrava o que chamou de "intenções agressivas". O país declarou que irá garantir que as ações dos EUA não ameacem a segurança nacional.
A intenção de Trump seria de deter ameaças potenciais vindas da Rússia. Trump anunciou o envio das tropas na quarta-feira (12), quando se encontrou com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, na Casa Branca. O presidente dos EUA também criticou a Alemanha por ser "refém" de Moscou na questão energética.
O reforço não atendeu à ambição da Polônia de ter uma maior presença de tropas americanas em seu território, entretanto. Cerca de 5 mil soldados dos EUA estão alocados na Polônia, como parte da presença da Otan no país.
Mais cedo na quarta-feira, Trump havia antecipado o envio de 2 mil soldados à Polônia, o que tornou o anúncio oficial uma ducha de água fria para Duda — que pretende abrigar uma base permanente dos EUA no país.
"Ele gostaria de 250 mil soldados", brincou Trump.
O presidente polonês foi diplomático ao ser questionado sobre quantos soldados americanos gostaria de receber, dizendo que "sempre depende dos Estados Unidos".
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, recebeu com agrado o anúncio de tropas adicionais na Polônia e tuitou que isto mostra "o forte compromisso dos Estados Unidos com a segurança europeia...".
Situada na Europa oriental, na antiga área de influência soviética, a Polônia é um membro da Otan e defende um vínculo mais estreito com os Estados Unidos.
Duda, preocupado com os antecedentes da Rússia e sua apropriação de territórios na Geórgia e Ucrânia durante a última década, tem tentado seduzir Trump com a ideia de uma base militar que possa abrigar milhares de soldados.
Mas uma grande base militar dos Estados Unidos tão próxima da fronteira russa poderia irritar o Kremlin e gerar uma resposta do governo de Vladimir Putin, como uma maior presença militar em Kaliningrado, na região de fronteira com a Polônia, ou a instalação de uma base russa na Bielorrússia, aliada de Moscou.
G1
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