Novembro 22, 2024

Petroleiros são danificados no Golfo de Omã; há suspeita de ataque

Duas companhias marítimas relataram incidentes nesta quinta-feira (13) com dois navios petroleiros no Golfo de Omã, diz a Reuters. Pelo menos uma das empresas suspeita que o ocorrido foi um ataque, mas não há confirmação das causas ou de possíveis autores.

Um dos navios, o "Front Altair", pertence a uma companhia norueguesa; o outro, o "Kokuka Courageous", é de uma empresa japonesa, informou a imprensa americana. Segundo a rede de televisão americana CBS, o "Kokuka Courageous" tinha 21 tripulantes e o "Front Altair", 23.

As pessoas foram retiradas dos navios e não há registro de mortos. Uma pessoa ficou levemente ferida e recebeu primeiros-socorros depois de ser resgatada, segundo a empresa que administrava o "Kokuka Courageous".

A agência de notícias iraniana Irna afirmou que os 44 tripulantes foram resgatados por equipes de busca do Irã e levadas ao porto de Jask, cidade do país que também é banhada pelo Golfo de Omã.

Por volta das 6h20, o preço do barril do petróleo tipo brent subia mais de 4% na bolsa de Londres, segundo a Bloomberg.

Inicialmente, veículos internacionais como a Sky News e o jornal The Telegraph informaram que os dois navios haviam sido atingidos por torpedos. Há suspeitas relatadas pela imprensa americana de que ambos tenham sido atingidos por projéteis, mas as causas dos incidentes ainda não foram confirmadas.

A empresa de administração de navios Bernhard Schulte, responsável pelo "Kokuka Courageous", afirmou em comunicado que a embarcação continua no local e não corre risco de afundar.

"A tripulação de 21 marinheiros abandonou o navio após o incidente a bordo, o que resultou em danos no lado de estibordo (direito) do casco do navio", afirmou a Bernhard Schulte.

Mais cedo, a Reuters havia informado que a empresa reportou danos no navio por causa de uma "suspeita de ataque"; em comunicado oficial no site, entretanto, a companhia fala em "incidente de segurança", e não menciona a palavra "ataque" no texto.

A carga que o navio levava, de metanol, está intacta, diz a Bernhard Schulte. A rede de televisão japonesa NHK informou que o navio levava 25 mil toneladas da substância, segundo a Reuters.

A informação inicial da agência era de que uma mina magnética poderia ter atingido o navio japonês, mas não há confirmações disso.

A Kokuka Sangyo, empresa dona da embarcação, afirmou, em coletiva de imprensa, que recebeu um relatório afirmando que o navio japonês foi atingido por dois projéteis, com três horas de diferença. O presidente da empresa, Yutaka Katada, disse que o navio foi abandonado e ficou à deriva, mas que a tripulação está segura.

Um funcionário da empresa afirmou que o primeiro projétil atingiu a parte traseira do navio no lado esquerdo (a bombordo), causando um incêndio que foi apagado. Depois que o segundo projétil atingiu a embarcação, o capitão decidiu retirar as pessoas.

As informações são do jornal "Financial Times".

Embarcação norueguesa
A companhia nacional de petróleo de Taiwan disse suspeitar que o segundo navio, o "Front Altair", de uma empresa norueguesa, "pudesse ter sido atingido por um torpedo." O navio levava, segundo a Reuters, 75 mil toneladas de matéria-prima petroquímica ao país e vinha da cidade de Ruwais, nos Emirados Árabes.

A Frontline, empresa da Noruega que é dona do navio, afirmou que a embarcação pegou fogo no Golfo de Omã depois de uma suposta explosão. A tripulação era composta de 11 russos, um georgiano e 11 filipinos. Segundo a Reuters, a empresa afirmou que nenhuma poluição marinha foi relatada.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, afirmou no Twitter que " 'suspeito' nem começa a descrever o que provavelmente aconteceu nesta manhã". O país persa recebe a visita do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que tenta mediar as tensões na região.

Já o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou em pronunciamento na TV que "a segurança é de grande importância para o Irã na região delicada do Golfo Persa, no Oriente Médio, na Ásia e no mundo inteiro. Nós sempre tentamos garantir a paz e estabilidade na região", disse o jornal britânico "The Guardian".

O Omã e os Emirados Árabes ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido, segundo a Reuters.

A quinta frota naval americana, sediada no Bahrein, disse que prestou ajuda a dois petroleiros no Golfo de Omã depois de receber duas chamadas de socorro. Os detalhes do incidente não estavam claros, mas um dos operadores fez um relato não confirmado de que um torpedo havia atingido seu navio.

As Operações Marítimas Comerciais do Reino Unido, parte da Marinha Real, afirmaram que estão investigando o incidente.

A ministra do Exterior da França, Agnès von der Muhll, pediu que os envolvidos no incidente ajam de forma contida diante da situação. "Também lembramos de nosso apego à liberdade de navegação, que deve ser absolutamente preservada ”, afirmou.

Temores
A associação de embarcações Intertanko — que representa a maior parte da frota de embarcações independentes do mundo, segundo a Reuters — afirmou que há preocupações crescentes pela segurança de navios e suas tripulações que passam pelo Estreito de Ormuz, perto do golfo de Omã.

O estreito é um importante canal estratégico através do qual a quantidade de petróleo equivalente a 20% do consumo mundial viaja, vindo de produtores do Oriente Médio.

"Precisamos lembrar que cerca de 30% do petróleo bruto marítimo do mundo passa pelo estreito. Se as águas estão se tornando inseguras, o fornecimento para todo o mundo ocidental pode estar em risco ", afirmou Paolo d'Amico, presidente da Intertanko.

As tensões na região já foram aumentadas por ataques no mês passado aos ativos petrolíferos do golfo, em meio a uma disputa entre o Irã e os Estados Unidos sobre o programa nuclear de Teerã.

G1
Portal Santo André em Foco

Rate this item
(0 votes)

Leave a comment

Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.

© 2019 Portal Santo André em Foco - Todos os Direitos Reservados.

Please publish modules in offcanvas position.