Novembro 24, 2024

Alemanha contra-ataca em disputa com Trump por vacina contra coronavírus

O governo da chanceler alemã Angela Merkel acusa o presidente americano Donald Trump de tentar se apropriar de um projeto de vacina contra o coronavírus desenvolvido por um laboratório da Alemanha. O país advertiu que fará o possível para que o projeto seja desenvolvido na Europa.

Já o laboratório CureVac negou nesta segunda-feira (16) que tivesse tido uma oferta por parte dos Estados Unidos.

"Os pesquisadores alemães desempenham um papel de primeiro nível no desenvolvimento de medicamentos e vacinas e não podemos permitir que outros busquem a exclusividade de seus resultados", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas nesta segunda-feira.

No domingo (15), o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, havia confirmado as informações publicadas pelo jornal "Die Welt" sobre a operação orquestrada pelo presidente americano. Donald Trump teria feito uma grande oferta financeira para assumir o controle do laboratório alemão que desenvolve a vacina.

Sheehofer anunciou que o tema será abordado nesta segunda-feira no comitê de crise criado pelo governo para organizar a luta contra a epidemia de coronavírus. Até o momento, a epidemia já infectou quase 5 mil pessoas e provocou 12 mortes na Alemanha.

Laboratório nega
No meio da disputa está o laboratório alemão CureVac, que fica em Tubingen, sudoeste do país. A empresa trabalha em uma vacina contra o COVID-19, graças a subsídios do governo alemão e afirma estar "a alguns meses" de conseguir apresentar um projeto para a validação clínica do produto.

De acordo com o jornal "Die Welt", Trump tentou atrair os cientistas alemães que trabalham na potencial vacina ou conseguir a exclusividade do produto para seu país com um investimento na empresa.

Esta vacina seria então "apenas para os Estados Unidos", declarou ao jornal uma fonte próxima ao governo alemão.

Nesta manhã, o laboratório CureVac desmentiu a informação. No domingo, um representante do governo americano havia afirmado que o assunto era "muito exagerado".

Novas medidas contra o coronavírus
O governo alemão baixou nesta segunda novas medidas para frear a propagação do Covid-19 no país.

A exemplo do que fez a França no último sábado (14), decidiu fechar o comércio não essencial, assim como piscinas públicas, academias de ginástica, bares, discotecas, salas de concerto, locais de cultos e até prostíbulos.

Os restaurantes são autorizados a funcionar, mas somente entre às 6h e 18h e com medidas de higiene reforçadas. Só poderão abrir normalmente supermercados, bancos, farmácias e os serviços de entrega de comida a domicílio.

As fronteiras terrestres com a Áustria, França, Luxemburgo, Dinamarca e Suíça não foram fechadas, mas tiveram seu controle reforçado a partir das 8h da manhã de segunda.

Só são autorizados a entrar os trabalhadores transfronteiriços, os caminhões de mercadorias e os viajantes que atravessam a Alemanha em direção a outros países. As viagens aéreas e ferroviárias não foram, por enquanto, impactadas.

RFI
Portal Santo André em Foco

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