A alteração na data do clássico contra o Flamengo de quarta para quinta-feira segue repercutindo no Vasco. Na noite desta segunda, em entrevista ao programa “Portão 9”, o vice-presidente geral, Carlos Roberto Osório, fez duras críticas à relação de "subserviência” entre Ferj e o adversário e reforços que a mudança, a 48 horas da partida, é inaceitável.
O jogo foi adiado para quinta-feira, às 19h, no Maracanã, por conta de um pedido do Flamengo, uma vez que o clube da Gávea disputou e ganhou, no último domingo, a final da Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras, em Brasília. O Vasco não foi consultado sobre a alteração.
- O que se passou foi um absurdo, um desrespeito ao Vasco e ao Campeonato Carioca. Iniciamos o dia com a Federação Carioca mandando a tabela, tudo confirmado direitinho. Na parte da tarde, as áreas técnicas de Vasco, Federação e Flamengo discutiram do jogo na quarta. Por volta de 17h, estávamos no meio da nossa reunião de diretoria, e veio a informação que a Ferj decidiu unilateralmente, sem consultar o Vasco, mudar o jogo de quarta para quinta.
- Nenhuma justificativa pode ser aceita nesse caso. Todos os clubes do Brasil acostumados a jogar no domingo e na quarta. O Flamengo jogou no domingo de manhã. O Vasco fez toda sua programação baseada no jogo na quarta. De repetente vem essa decisão unilateral que não pode ser aceita.
- É inacreditável a subserviência que se tem na Federação Carioca aos desejos do nosso rival. Isso é inaceitável. Ninguém falou nada. Soltamos uma nota dura de repúdio. Vamos ver como esse barco vai correr agora - disse Osório.
Carlos Roberto Osório frisou que a atitude da Ferj traz interrogações quanto à lisura do Campeonato Carioca e ressaltou que ainda aguarda que a mudança na data do clássico seja revertida.
- Não faz sentido nenhum, no século XXI, ter essa postura da Federação. Não se muda um jogo a poucas horas sem um contato inicial com as duas partes. A postura da Ferj marca uma subserviência que se tem em relação ao nosso rival. O Vasco não quer privilégios, mas não aceita diferenças.
- Esse tipo de comportamento não apenas atrapalha a igualdade dos competidores, mas também traz pontos de interrogação sobre o Carioca. Não vamos abrir mão de defender os diretos do Vasco. O que se passou é inaceitável. Vamos aguardar qual será a postura da Federação após esse posicionamento firme do Vasco. Foi feita uma alteração à revelia que não se justifica. Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Receita de R$ 100 milhões em 2021
Além do clássico contra o Flamengo, o dirigente comentou outros temas em relação ao início da gestão de Jorge Salgado, presidente do Vasco desde o fim de janeiro. Entre eles, o aumento do endividamento no último ano e a queda drástica de receitas para 2021.
- Na época da campanha, falávamos que o Vasco tinha uma dívida entre R$ 600 milhões e R$ 650 milhões, com uma receita estimada em cerca de R$ 200 milhões. Nosso objetivo era aumentar a receita do Vasco para R$ 400 milhões no nosso triênio e reduzir o endividamento para R$ 400 milhões. Era o nosso projeto.
- Qual é a nossa situação hoje? Infelizmente a dívida do Vasco subiu absurdamente no último ano, vamos apresentar uma dívida muito superior a R$ 650 milhões. A receita do Vasco, estimada em R$ 200 milhões na Série A, agora é de R$ 100 milhões. Andamos 10 casas para trás com rebaixamento.
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