No fim de semana, Marisa Alija se permitiu descansar. Enquanto a torcida do Atlético-MG ainda festejava a contratação do atacante Hulk, a advogada desacelerou o ritmo após dias de longas conversas, intensos contatos, troca de informações, negociações, idas e vindas, reuniões e o desfecho do "sim" entre o Galo e o atacante de 34 anos.
Hulk estava sem clube. Então, ele voltou ao Brasil e decidiu definir o próximo passo na carreira terminando o primeiro mês de 2021, que ele reservou para descansar, após quatro anos no futebol chinês. A promessa foi cumprida. Na sexta-feira passada, ele firmou compromisso de dois anos no Atlético, para dar início ao sonho de criança de disputar os torneios proporcionados pelo futebol brasileiro. Mas por que o Galo?
"Ele está entrando num projeto que visa uma solidificação no cenário nacional do clube. Ele fará parte disso. É uma das peças fundamentais para isso. Eles foram precisos nas colocações, mas com fatos, não de maneira retórica. Com estratégias" - Marisa Alija.
- Fazia falta ao sonho dele, que é de todo menino, de ser conhecido de verdade no seu próprio país. Isso pesou mais para ele. Ele já veio ouvindo o Atlético e outros clubes no Brasil sabendo que ele ganharia menos. Ele foi flexível ainda, colocou um número limite na cabeça dele. Ele foi mais flexível ainda ao longo do desenvolvimento da negociação - disse Alija, ao ge.
"O Atlético e o Rodrigo (Caetano) entenderam as necessidades do Hulk. E nós entendemos as necessidades do clube" - Marisa Alija.
Marisa Alija já havia trazido um outro jogador de renome internacional ao clube, quando o Atlético contratou Robinho em 2016. Houve, inclusive, acerto judicial trabalhista entre as partes, fruto de uma aproximação entre a advogada e a atual diretoria do Galo. As conversas tomaram forma na virada do ano, com o clube reforçando o desejo. O diretor de futebol Rodrigo Caetano e o conselheiro Renato Salvador - integrante do colegiado que administra o Atlético - faziam a ponta em Belo Horizonte.
Fora do país, outros clubes concorrentes mantinham ou iniciavam conversas para tentar convencer Hulk que o caminho da carreira não era a volta ao Brasil. As cifras eram maiores, mas não deu certo. O Galo tinha uma carta na manga, que é a Arena MRV, estádio próprio a ser inaugurado em 2022. Com aporte financeiro do clube para reforçar a equipe e a vaga na Libertadores praticamente garantida, Hulk disse "sim" e, então, passou a sentir o retorno da torcida.
Hulk deixou o Shanghai SIPG da China em 31 de dezembro de 2020. Não renovaria até pela nova regra do futebol local, que estabelece teto de 3 milhões de euros anuais de salários para estrangeiros, nos contratos firmados a partir de 2021. Há uma tendência de ida cada vez menor de brasileiros para lá. Além do limite salarial, transferências definitivas envolvem pagamento de 100% da taxa ao governo chinês.
O jogador é esperado em Belo Horizonte ainda nesta semana. Marisa Alija ainda segue em contato com os advogados do Atlético, liderados por Lucas Ottoni, para finalizar o contrato "esqueletado". Hulk já confeccionou a carteira de trabalho, após 16 anos no exterior, e agora aguarda a documentação para ser inscrito no BID e voltar a campo na virada de fevereiro para março, quando a temporada 2021 começar.
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